Mercado eleva para 2,29% projeção do crescimento da economia em 2023
Mercado eleva para 2,29% projeção do crescimento da economia em 2023
Estimativa da inflação se mantém em 4,84%.
Publicado Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil - Brasília
A previsão
do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano subiu
de 2,26% para 2,29%. A estimativa está no boletim Focus de hoje (14), pesquisa
divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), em Brasíulia, com a projeção
para os principais indicadores econômicos.
Para o
próximo ano, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB, a soma dos bens e
serviços produzidos no país) é de crescimento de 1,3%. Em 2025 e 2026, o
mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,9% e 2%, respectivamente.
Já a
previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) –
considerada a inflação oficial do país – também foi mantida em 4,84% neste ano,
a mesma da semana passada. Para 2024, a estimativa de inflação ficou passou de
3,88% para 3,86%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 3,5% para os dois anos.
A estimativa
para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida
pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25%
para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou
para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%. Segundo o
BC, no último Relatório de Inflação, a chance de a inflação oficial superar o teto
da meta em 2023 é de 61%.
A projeção
do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta
prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5
ponto percentual.
Em julho,
influenciado pelo aumento da gasolina, o IPCA foi de 0,12%, segundo o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa ficou acima das observadas
no mês anterior (-0,08%) e em julho de 2022 (-0,68%). Com o resultado, a
inflação oficial acumula 2,99% no ano. Em 12 meses, a inflação é de 3,99%,
acima dos 3,16% acumulados até junho.
Taxa de
juros
Para
alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a
taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,25% ao ano pelo Comitê de
Política Monetária (Copom). Diante da forte queda da inflação, o Comitê de
Política Monetária (Copom) do BC, iniciou, neste mês, um ciclo de redução da
Selic.
A última vez
em que o BC tinha diminuído a Selic foi em agosto de 2020, quando a taxa caiu
de 2,25% para 2% ao ano, em meio à contração econômica gerada pela pandemia de
covid-19. Depois disso, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num
ciclo que começou em março de 2021, em meio à alta dos preços de alimentos, de
energia e de combustíveis, e, a partir de agosto do ano passado, manteve a taxa
em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.
Para o
mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2023 em 11,75% ao
ano. Para o fim de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 9% ao ano.
Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 8,5% ao ano para os
dois anos.
Quando o
Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida,
e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito
e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores
na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de
inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também
podem dificultar a expansão da economia.
Quando o
Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com
incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando
a atividade econômica.
Por fim, a previsão
do mercado financeiro para a cotação do dólar está em R$ 4,93 para o fim deste
ano. Para o fim de 2024, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5.
Edição:
Kleber Sampaio