Sem acordo para votação de requerimentos, CPI dos Atos Golpistas cancela sessão
Sem acordo para votação de requerimentos, CPI dos Atos Golpistas cancela sessão
Informação foi divulgada pelo presidente do colegiado, Arthur Maia. Parlamentares da base e aliados de Bolsonaro não chegaram a consenso sobre pedidos de convocação e quebras de sigilo.
Por Filipe Matoso, g1
O presidente
da CPI dos Atos Golpistas, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), cancelou a
sessão do colegiado prevista para esta terça-feira (22).
O
parlamentar afirmou que tomou a decisão por falta de acordo, entre
congressistas da base governista e integrantes da oposição, sobre a votação de
requerimentos de quebras de sigilo e de convocação de pessoas.
Segundo
Arthur Maia, em uma reunião preliminar, o clima entre os parlamentares ficou
“muito acirrado” e não foi possível se chegar a um acordo.
A imprensa
não foi autorizada a entrar na reunião, mas foi possível ouvir vários gritos de
parlamentares, em diversos momentos.
“Hoje eu não
consegui [fechar acordo entre base e oposição]. Hoje não foi possível porque há
um clima muito acirrado”, afirmou Arthur Maia ao deixar a reunião preliminar
com os parlamentares.
“Hoje não
tem mais [sessão], porque eu acreditei que seria possível fazer acordo, como
foi feito outras vezes. […] Só que hoje não foi possível. E, não tendo acordo,
não há como se votar nada”, acrescentou o presidente da CPI.
Antes de
cancelar a sessão, que, inicialmente, estava prevista para as 9h, Arthur Maia
adiou, por duas vezes, o início dos trabalhos.
Na próxima
quinta-feira (24), a CPI vai ouvir o depoimento de um militar que fez parte da
equipe de Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Carla Zambelli
Um dos
pontos de divergência entre os presentes à reunião foi a possibilidade de
quebra de sigilo da deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP). Segundo
Arthur Maia, parlamentares da base defendiam a medida, enquanto oposicionistas
queriam apenas a convocação de Zambelli.
Na semana
passada, em depoimento à CPI, o hacker Walter Delgatti disse que Zambelli
intermediou, em agosto de 2022, um encontro entre ele e o então presidente Jair
Bolsonaro, no Palácio da Alvorada.
Ainda no
depoimento, o hacker disse que, nesse encontro, Bolsonaro teria perguntado a
ele se seria possível invadir urnas eletrônicas.
Quebras de sigilo
Mais cedo
nesta terça-feira, o g1 apurou que a relatora da CPI, senadora Eliziane Gama
(PSD-MA), defendia a aprovação de outros requerimentos, entre os quais as
quebras de sigilo do:
– Frederick
Wassef, advogado de Bolsonaro;
– general
Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens Mauro Cid;
– ex-ministro
da Defesa Paulo Sergio Nogueira de Oliveira.