Análise: Santos precisa ser mais constante para reagir no Brasileirão
Análise: Santos precisa ser mais constante para reagir no Brasileirão
Peixe faz dois tempos distintos contra o Atlético-MG e volta a demonstrar queda de rendimento na segunda etapa.
Por Redação do ge — São Paulo
O Santos
precisa ser mais constante se quiser escapar da luta contra o rebaixamento no
Campeonato Brasileiro. O Peixe apresentou, por mais uma vez, uma cenário de
oscilação na derrota para o Atlético-MG por 2 a 0, neste domingo, na Arena MRV,
pela 21ª rodada do Brasileirão.
O torcedor
santista tem vivido entre a esperança e a desilusão. A partida contra o Galo
foi mais uma daquelas em que o Santos demonstra que é capaz de fazer grandes
jogos, porém, no segundo tempo, o time tem uma queda de rendimento e não
consegue competir contra o rival.
E fora de
casa, sem a torcida ao lado para empurrar, o Santos não conseguiu demonstrar o
mesmo poder de reação do que na partida contra o Grêmio na Vila, por exemplo. O
próprio técnico Diego Aguirre tinha consciência que, após o segundo gol do
adversário, uma mudança de cenário passou a ser muito difícil.
O comandante
do Peixe buscou espelhar o time que encerrou a partida contra os gaúchos para
encarar o Atlético-MG. Com Jean Lucas aberto na ponta e Tomás Rincón no meio de
campo, a ideia era fechar a frente da zaga com dois volantes marcadores e
apostar na qualidade do trio formado por Jean Lucas, Lucas Lima e Mendoza para
municiar Marcos Leonardo.
A defesa
santista sofreu com a troca de passes rápida e a movimentação, especialmente,
de Hulk e Paulinho. O primeiro gol do Galo, inclusive, passou justamente por
isso. Paulinho avançou, Rodrigo Fernández não acompanhou, e Hulk teve o espaço
dado por Alex para dar um belo passe e encontrar o companheiro. João Basso,
distante do lance, não conseguiu fazer a cobertura e evitar a finalização.
Contudo, o
Santos de Aguirre conseguiu ser mais do que foi nesta temporada. Mais do que
ser somente um time que joga a bola no velocista e espera algo acontecer. Ou
que dá um bicão para frente e vai na briga pela segunda e terceira bola para
gerar uma chance de gol.
O treinador
conseguiu fazer algo que o torcedor santista desacostumou ver em campo. Um time
que roda, toca a bola, busca a infiltração, cria espaços e que chega ao gol
adversário trabalhando, com uma ação efetiva do meio de campo. Foi assim que
Mendoza encontrou Marcos Leonardo dentro da área, mas o camisa 9 chutou para
fora.
E foi
pressionando a saída adversária para forçar o erro que o Peixe também gerou a
principal chance de gol, desperdiçada por Marcos Leonardo. Praticamente na
marca do pênalti, o camisa 9 finalizou mal, por cima do gol, a maior chance do
Santos empatar o confronto.
O Santos do
primeiro tempo mostrou que é possível fugir, e rápido, da luta contra o
rebaixamento. Porém, o time do segundo tempo flertou muito mais com aquele que
o torcedor santista se acostumou em 2023 e menos com a equipe que demonstrou
ter potencial para se tornar.
Se os
comandados de Aguirre dominaram os últimos 25 minutos da primeira etapa, a
equipe abdicou do jogo no segundo tempo. Na casa nova, com apoio da torcida, o
Atlético-MG passou a ficar confortável em campo. O meio de campo, que havia
trabalhado bem, desapareceu. O Santos não conseguiu ser constante.
Quando se
oscila em campo, os erros acontecem. Faltas desnecessárias, desatenções que
geram contra-ataques e um gol sofrido em bola parada. A bola parada… a mesma
que assombra o Santos durante toda a temporada. De novo, vilã que sacramentou a
derrota na Arena MRV.
Mesmo que
tivesse Soteldo para entrar em campo, com aquele cenário, dificilmente o Peixe
teria condições de reverter o cenário. Com 21 pontos, na 17ª posição, o time
segue empacado na zona de rebaixamento do Brasileirão, perde a oportunidade de
sair do Z-4 e encostar na “zona da confusão”.
Mas nada
está perdido. O time de Diego Aguirre demonstra melhora, o primeiro tempo
contra o Atlético-MG demonstra que existe um caminho para a situação mudar. Porém,
é preciso ser mais constante para não ficar remando contra a correnteza em todo
jogo.