Após Haddad, Tebet reitera que orçamento não vai prever déficit em 2024 e diz que governo não discute mudar meta fiscal
Após Haddad, Tebet reitera que orçamento não vai prever déficit em 2024 e diz que governo não discute mudar meta fiscal
Governo enviará nesta quinta ao Congresso o projeto do orçamento para 2024. Ministros da ala política defendiam previsão de déficit de 0,5% do PIB para acomodar gastos com novo PAC.
Por Guilherme Mazui, Paloma Rodrigues, g1 — Brasília
A ministra
do Planejamento, Simone Tebet, reiterou nesta quarta-feira (30) que o governo
enviará ao Congresso Nacional o projeto de lei do orçamento de 2024 sem
previsão de déficit nas contas do governo.
A informação
já havia sido divulgada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta
quarta-feira (29).
“Foi
uma decisão unânime da junta [de Execução Orçamentária] de que nós iríamos
mandar o orçamento amanhã [quinta-feira] com a meta fiscal zero. Não estamos
encaminhando nenhuma mensagem modificativa à Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO). Não estamos discutindo modificação da meta “, disse a ministra.
Apesar de
dizer que a equipe econômica não discute mudar a meta, Simone Tebet afirmou que
“o futuro a Deus pertence”.
Segundo o
colunista do g1 do Valdo Cruz, ministros da ala política do governo defendiam
um déficit de pelo menos 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para acomodar
investimentos no Orçamento, principalmente do Novo PAC, diante da queda de
arrecadação e do risco de não serem aprovadas as medidas para aumento de
receita.
Dificuldade para zerar o déficit
Simone
Tebet, titular da pasta que atua na elaboração da proposta de orçamento, disse
que a previsão de receitas e despesas de 2024 garante o déficit zero das contas
públicas.
“As
despesas contratadas são x, amanhã vocês saberão quais são. As receitas que eu
já tenho seguras, mais as receitas que estão por vir – fruto de medidas
provisórias, leis complementares e ações do Ministério da Fazenda – são x.
Receitas menos despesas deu zero, ou seja, nós conseguimos com isso zerar o
déficit e entrar na meta fiscal de zero de déficit fiscal para o ano de
2024”, disse a ministra.
Tebet ainda
afirmou que manifestações sobre a dificuldade para zerar o déficit em 2024
“são mais do que bem-vindas”.
O Ministério
da Fazenda vem informando desde abril que busca um saldo positivo nas contas do
governo já a partir de 2024, apesar do arcabouço fiscal, a nova regra para as
contas públicas, prever um saldo negativo de 0,25% do PIB em 2024 e um
superávit da mesma magnitude.
O déficit
zero em 2024 se baseia principalmente na obtenção de receitas extraordinárias
pelo governo.
Se essa meta
fiscal não for atingida, com essa banda proposta, os gastos terão de crescer
menos (50% do aumento real da receita, em vez de 70%) nos próximos anos – de
acordo com o arcabouço fiscal. A alta real de gastos, ainda segundo a nova
regra para as contas públicas, ficará entre 0,6% e 2,5% ao ano.
No começo
deste mês, o mercado financeiro estimou que o setor público registrará
superávit em suas contas somente em 2028 e que a dívida pública brasileira
continuará crescendo nos próximos anos – atingindo 89% do Produto Interno Bruto
(PIB) em 2032.