Investigado por beijo, presidente da federação espanhola renuncia
Investigado por beijo, presidente da federação espanhola renuncia
Luis Rubiales pode responder criminalmente por incidente com jogadora.
Publicado em por Lincoln Chaves – Repórter da EBC/São Paulo - São Paulo
O presidente
da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luis Rubiales, renunciou ao
cargo. O dirigente é investigado pelo beijo dado na atacante Jenni Hermoso, da
seleção feminina do país, em Sydney, na Austrália, logo depois de a equipe ter
conquistado a Copa do Mundo. Ele alega que o ato foi consensual, o que é
rebatido pela jogadora.
A saída de
Rubiales – que, inicialmente, recusava-se a renunciar – foi confirmada pela
entidade em comunicado divulgado na noite de domingo (10). Segundo a nota,
Rubiales também abriu mão da vice-presidência da União das Federações Europeias
de Futebol (Uefa, na sigla em inglês). A RFEF convocará eleições para ocupação
do cargo, conforme o Artigo 31.8 do estatuto da federação.
A Federação
Internacional de Futebol (Fifa) já havia suspendido o dirigente por 90 dias.
Por isso, a RFEF está sendo dirigida, interinamente, pelo vice-presidente da
entidade, Pedro Rocha Junco.
Rubiales
ainda pode responder criminalmente por agressão sexual. Se condenado, a pena
varia de um a quatro anos de prisão. Na última terça-feira (5), Jenni Hermoso
acionou a justiça espanhola. Três dias depois, a promotora Marta Durántez Gil
também fez denúncia, apelando às autoridades australianas para esclarecerem se
o caso seria considerado crime no país.
O incidente repercutiu em todo o mundo e desencadeou reações contra o sexismo. Na Espanha, coletivos feministas se mobilizaram exigindo a saída de Rubiales. Em comunicado, 80 jogadoras espanholas – as campeãs do mundo entre elas – anunciaram que não voltariam a defender a seleção do país enquanto o dirigente permanecesse no cargo. Além disso, 11 integrantes da comissão técnica que foi ao Mundial demitiram-se em protesto.
Antes de
Rubiales, a primeira mudança no escopo do futebol feminino espanhol foi a
demissão do técnico Jorge Vilda, que deu lugar a Montse Tomé, primeira mulher a
dirigir a seleção principal. Apesar do título mundial, Vilda não tinha bom
relacionamento com algumas atletas da equipe, que chegaram a pedir a saída do
treinador antes da Copa, contestando, em especial, a gestão de grupo do
profissional.
Edição:
Nádia Franco