Putin diz que visitará China em outubro; viagem será primeira internacional após mandado de prisão

Putin diz que visitará China em outubro; viagem será primeira internacional após mandado de prisão

Presidente russo, que tem mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional, não viajou para fora da Rússia em 2023. Pequim não é signatária da Corte de Haia.


Por g1

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quarta-feira (20) que aceitou convite para visitar a China em outubro deste ano, segundo a imprensa estatal russa.

Com exceção de visita a um território ocupado na Ucrânia (leia mais abaixo), a viagem seria a primeira para fora da Rússia em 2023 de Putin, que tem um mandado de prisão internacional expedido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) e faltou a uma série de cúpulas ao longo do ano.

A China, no entanto, não é signatária do TPI.

Na semana passada, durante visita do líder norte-coreano, Kim Jong-un, à Rússia, Putin disse ter aceitado convite para visitar a Coreia do Norte, onde o mandado de prisão do TPI também não é válido.

Segunda potência econômica mundial, a China, que nunca condenou a invasão da Rússia à Ucrânia, tem se perfilado como a mais forte aliada de Vladimir Putin. Relatórios de serviços de inteligência do Ocidente apontam a transferência de drones de Pequim para Moscou, o que nenhum dos dois países confirmou.

O Kremlin e o governo chinês ainda não haviam dado detalhes sobre o convite à Putin até a última atualização desta edição.

 

Viagens

Desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, Vladimir Putin viajou apenas a países próximos e aliados, como Belarus, Armênia, Tadjiquistão e Turcomenistão.

Todas as viagens foram feitas no ano passado. Este ano, quando a ordem de prisão do TPI foi expedida, o líder russo foi apenas a Mariupol, a primeira cidade ucraniana da qual Moscou anunciou a anexação após a guerra, não reconhecida pela comunidade internacional.

A visita a Mariupol ocorreu dois dias depois de o mandado da Corte de Haia ser expedido.

 

Ausência em encontros internacionais

Putin, que costumava ser assíduo em cúpulas, também faltou todas as últimas reuniões internacionais de organismos ou blocos dos quais a Rússia faz parte.

Em agosto, ele não foi à cúpula do Brics, o bloco que integra ao lado de Brasil, Índia, China e África do Sul. O líder russo participou apenas por videoconferência do encontro, no qual o bloco anunciou sua expansão, a partir de janeiro de 2024.

Putin também não compareceu à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que começou na terça-feira (19) em Nova York. Tecnicamente, como os Estados Unidos também não são signatários do TPI, o líder russo também não poderia ser preso em território norte-americano.

Mas a prisão poderia ocorrer dentro da sede da ONU. 

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