Principal linha de investigação é que traficantes executaram médicos na Barra por engano; alvo seria miliciano
Principal linha de investigação é que traficantes executaram médicos na Barra por engano; alvo seria miliciano
Hipótese de que alvo era homem conhecido como Taillon, com características físicas semelhantes a um dos médicos, é uma das investigadas pela Delegacia de Homicídio.
Por César Tralli, Felipe Freire, Henrique Coelho, Leslie Leitão, Guilherme Santos, Márcia Brasil, TV Globo, GloboNews e g1 Rio
A principal
linha de investigação do ataque a tiros na orla da Barra da Tijuca, Zona Oeste
do Rio, é que os quatro médicos foram baleados por engano – três morreram e um
está hospitalizado.
A informação
foi obtida pela TV Globo com fontes nas polícias. Uma hipótese é a de que
traficantes tinha como alvo um miliciano da região de Jacarepaguá que se parece
com uma das vítimas, o médico Perseu Ribeiro Almeida. É Perseu que aparece com
a camisa do Bahia na última foto tirada pelo grupo de colegas. O médico morreu
na hora.
Entre os
mortos na execução está o ortopedista Diego Ralf Bomfim, irmão da deputada
Sâmia Bomfim.
Devido à
proximidade com a parlamentar, o ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou
que a Polícia Federal acompanhe a investigação. Dino, no entanto, diz que não
vê motivos para federalizar o caso.
Quem seria o alvo?
Segundo a
principal linha de investigação da polícia, o verdadeiro alvo da execução seria
Taillon de Alcântara Pereira Barbosa. Ele é filho de Dalmir Pereira Barbosa,
apontado como um dos principais chefes de uma milícia que atua na Zona Oeste.
Segundo
apurou a TV Globo, o miliciano mora perto do quiosque onde ocorreu o crime.
A polícia
investiga se uma pessoa viu o grupo sentado e informou aos assassinos. Na
imagem da câmera de segurança, é possível ver um dos atiradores voltando para
conferir o Perseu, já baleado.
Os
investigadores também acreditam que o crime não teve um planejamento prévio, e
que os criminosos receberam uma informação dando a localização da suposta
vítima, e decidiram partir para a empreitada na mesma hora.
Isso
explicaria, segundo fontes ouvidas pela TV Globo, um dos assassinos estar
vestindo bermuda, traje incomum em casos de execuções feitas com planejamento.
Os outros criminosos estavam com camisas e calças escuras, mas não cobriram os
rostos.
O
Departamento de Homicídios da Polícia Civil mobilizou equipes para a
investigação. Um dos objetivos é refazer o trajeto do veículo usado no crime.
A Polícia
Civil do RJ acredita que houve uma execução, já que nada foi levado, e os
criminosos chegaram atirando. Testemunhas contaram ainda que os bandidos nada
falaram.
O vídeo
mostra que, assim que o veículo encosta na pista ao lado da ciclovia, os
criminosos descem, correm na direção das vítimas e efetuam pelo menos 33
disparos. De acordo com a câmera de segurança, o crime aconteceu à 0h59.
No momento
em que os criminosos efetuam os disparos, dois clientes que estavam sentados em
uma mesa do estabelecimento correm. A ação durou menos de 30 segundos.
Irmão de Sâmia Bomfim
Os médicos
estavam hospedados no Hotel Windsor, na Avenida Lúcio Costa, que sedia a partir
desta quinta-feira o 6º Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente
Invasiva do Pé e Tornozelo.
Uma das vítimas, o ortopedista Diego Ralf Bomfim, que tinha 35 anos, é irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP). Ele chegou a ser levado para o Hospital Lourenço Jorge, mas não resistiu aos ferimentos.