Seca no Norte: sem acionar termelétricas, ministro de Minas e Energia diz que não houve impacto para consumidor

Seca no Norte: sem acionar termelétricas, ministro de Minas e Energia diz que não houve impacto para consumidor

Comitê havia autorizado operação de duas usinas termelétricas, que são mais caras, para atender o Acre e Rondônia.


Por Lais Carregosa, g1 — Brasília

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta quinta-feira (19) que, mesmo com a seca na região Norte, o governo não acionou as usinas termelétricas Termonorte 1 e 2 para suprir os estados do Acre e de Rondônia e, com isso, não gerou impacto financeiro para o consumidor.

No último dia 4, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) autorizou o governo a acionar as usinas termelétricas para garantir o fornecimento aos estados do Acre e de Rondônia, prejudicados pela paralisação operacional da hidrelétrica de Santo Antônio.

A operação da usina de Santo Antônio havia sido suspensa por causa da baixa vazão de água no rio Madeira. Contudo, a hidrelétrica voltou a operar na segunda-feira (16), depois de duas semanas.

Na ocasião, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) afirmou que, com a reativação das unidades geradoras da usina, seria “possível aproveitar a melhora, mesmo se temporária, das atuais vazões afluentes”.

“Em síntese, a boa notícia é de que o consumidor brasileiro não precisou pagar nada porque as térmicas não foram acionadas”, declarou Silveira a jornalistas.

“A minha orientação, mesmo sendo o CMSE soberano, é de que qualquer evento que necessite de contratação que impacte tarifa só deve ser feito no extremo da necessidade”, declarou Silveira.

 

Custos de acionamento

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) definiu, em despacho publicado na terça-feira (17), que o custo de acionamento das usinas seria de:

 

– Termonorte 1: R$ 2.721,54 por megawatt-hora (MWh);

– Termonorte 2: R$ 2.997,89 por MWh.

 

Esses valores seriam pagos por Encargos de Serviços de Sistema (ESS), repartido por todos os consumidores do sistema elétrico brasileiro, na proporção de seu consumo. Os valores cobrem os custos de manutenção do sistema e são repassados às usinas.

Os valores seriam cobrados na conta de luz, mas não afetariam a bandeira tarifária — sistema usado pela Aneel para cobrir custos de contratação de usinas mais caras quando o cenário de geração das hidrelétricas não é favorável.

A avaliação era de que, mesmo com o acionamento das duas termelétricas, os impactos aos consumidores seriam reduzidos por se tratar de uma ação pontual para atender a dois estados.

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