Dificilmente chegaremos a meta de déficit zero em 2024, diz Lula
Dificilmente chegaremos a meta de déficit zero em 2024, diz Lula
Presidente diz que não quer fazer corte em investimentos em obras.
Publicado por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil – Brasília
O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta sexta-feira (27), que “dificilmente” o
governo cumprirá a meta de zerar o déficit primário (resultado das contas do
governo sem os juros da dívida pública) em 2024. Durante café da manhã com
jornalistas no Palácio do Planalto, Lula disse que não quer fazer corte em
investimentos em obras.
“Tudo que a
gente puder fazer para cumprir a meta fiscal a gente vai cumprir. O que eu
posso dizer é que ela não precisa ser zero, o país não precisa disso. Eu não
vou estabelecer uma meta fiscal que me obrigue a começar o ano fazendo corte de
bilhões nas obras que são prioritárias para esse país. Eu acho que muitas vezes
o mercado é ganancioso demais e fica cobrando uma meta que ele sabe que não vai
ser cumprida”, disse o presidente.
“E se o
Brasil tiver déficit de 0,5%, de 0,25%, o que é? Nada”, acrescentou Lula.
O novo
arcabouço fiscal aprovado pelo Congresso Nacional em agosto estabelece uma meta
de resultado primário zero para o próximo ano, com margem de tolerância de 0,25
ponto percentual, podendo chegar a um superávit de 0,25% do Produto Interno
Bruto (PIB) ou déficit na mesma magnitude.
O ministro
da Fazenda, Fernando Haddad, já admitiu que zerar o déficit será um desafio e
que, para isso, o governo precisa da parceria com o Congresso Nacional. Nos
últimos meses, o Poder Executivo enviou uma série de medidas provisórias e
projetos de lei que visam reduzir ou extinguir benefícios fiscais concedidos
nos últimos anos e aumentar a arrecadação do governo, que precisará de R$ 128
bilhões no próximo ano para cumprir a meta.
O projeto do Orçamento de 2024 prevê um pequeno superávit primário de R$ 2,84 bilhões em 2024, equivalente a 0% do PIB.
O presidente
Lula afirmou que está otimista com a economia e espera um crescimento do PIB em
3% ou mais em 2023. Para 2024, segundo ele, apesar de ser um “ano difícil” para
economia mundial, o governo está trabalhando para que os problemas não se
proliferem internamente.
“Nós sabemos
que o ano que vem se apresenta como um ano difícil por conta da queda do
investimento da China, a queda do crescimento da China, do aumento da taxa de
juros americana”, disse. “Não vamos ficar parados esperando que notícias ruins
aconteçam, vamos trabalhar para as coisas melhorarem”, acrescentou.
Para Lula, o
Brasil vive um momento excepcional em relação às potencialidades da energia
verde e pode atrair investimentos para gerar empregos e dinamizar a economia.
Além disso, ele delegou ao vice-presidente Geraldo Alckmin, que é ministro de
Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e ao ministro da Casa Civil,
Rui Costa, a tarefa de “vender” os projetos do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC) no Brasil e no exterior. “O Brasil é um novo berçário de
investimento”, afirmou.
Edição:
Valéria Aguiar