Análise: derrota mostra que diferença do Corinthians para times entrosados é enorme
Análise: derrota mostra que diferença do Corinthians para times entrosados é enorme
Diante de um rival que ainda briga pelo título, Timão teve uma apresentação muito ruim.
Por Marcelo Braga — São Paulo
Mano Menezes
recebeu um Corinthians cheio de problemas há quase 40 dias. Após a eliminação
na Sul-Americana, o foco ficou total na fuga da zona do rebaixamento no
Brasileirão.
E, para dias
tensos, a aposta foi em jogadores cascudos, capazes de usar o mental a seu
favor.
Por conta
disso, nomes como Giuliano e Romero ganharam espaço no time titular ao lado de
outros experientes como Cássio, Gil, Fagner e Renato Augusto, craque do time e
que vive momento irregular. A aposta pontual de Mano deu certo na somatória da
tabela: o time ficou seis jogos sem perder.
No domingo,
a diferença entre o Corinthians que tenta sobreviver e um time pronto como o
Red Bull Bragantino ficou gritante. Era uma equipe na subida, sofrendo na parte
física e com enorme dificuldade de fazer curtos percursos, com um Braga na descida,
insinuante e insistente. Derrota (só) por 1 a 0.
Com um
projeto de futebol já de alguns anos, o Massa Bruta levou a campo um grupo
jovem, rápido, entrosado, que buscou tabelas, manteve a bola no pé, sufocou o
Timão na saída de bola e que, no talento individual, resolveu o jogo. Helinho,
num chutaço, definiu o placar para o Bragantino.
O Braga,
aliás, terminará o Campeonato Brasileiro como a única equipe que venceu o
Corinthians dentro e fora de casa. Dos seus 58 pontos, seis foram contra o
Timão. A briga do time do interior é pelo título. A luta do Timão, a seis jogos
das férias, é pela permanência na Série A.
O jogo
Mano poupou
Lucas Veríssimo, desgastado, e Renato Augusto, que só jogou a parte final do
jogo. No 4-2-3-1 de sempre, repetiu a base da escalação das últimas partidas,
mas com Giuliano na armação, e Matías Rojas aberto pela direita. Algo que, na
prática, pouco funcionou.
O Bragantino
teve a bola, enfileirou chances e abriu o placar na individualidade. O Timão,
com o ônibus estacionado, poucas vezes chegou na área defendida pelo goleiro
Cleiton.
Com um
elenco cheio de carências, a aposta do intervalo foi nos jovens Pedro e Felipe
Augusto nas vagas de Rojas e Yuri Alberto. Depois, entraram Renato e Mosquito.
O Timão melhorou, lutou pelo empate, mas em nenhum momento chegou perto. Levou
21 finalizações contra oito – 6 a 2 no alvo.
A derrota
interrompe um momento que parecia de avanço, mas não é surpresa. Fora de casa,
o desempenho do Corinthians é péssimo: três vitórias, nove derrotas e quatro
empates em 16 jogos. Um aproveitamento de 27% (somou 13 dos 48 disputados).
A questão
agora é se levantar para, dentro da Neo Química Arena, fazer o resultado contra
o Atlético-MG, quinta-feira, pela 32ª rodada.
Com 40
pontos, o Timão precisa de mais duas vitórias em seis jogos para não ter nenhum
risco de queda. A torcida, pouco otimista, teme pelo pior. O cenário, porém,
não é tão pavoroso, já que há duelo com rivais diretos como Vasco, Bahia e
Coritiba, na rodada final. É possível sobreviver.