Mercado reduz previsão da inflação de 4,55% para 4,53% este ano
Mercado reduz previsão da inflação de 4,55% para 4,53% este ano
Projeção de expansão da economia cai para 2,84%, diz BC.
Publicado por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil - Brasília
Pela
terceira semana seguida, a previsão do mercado financeiro para o Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial
do país – teve redução, passando de 4,55% para 4,53% este ano. A estimativa
está no Boletim Focus desta segunda-feira (27), pesquisa divulgada semanalmente
pelo Banco Central (foto) (BC) com a expectativa de instituições financeiras
para os principais indicadores econômicos.
Para 2024, a
projeção da inflação ficou em 3,91%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 3,5%
para os dois anos.
A estimativa
para 2023 está acima do centro da meta de inflação que deve ser perseguida pelo
BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para
2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para
baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%.
Segundo o
BC, no último Relatório de Inflação, a chance de o índice oficial superar o
teto da meta em 2023 é 67%. A projeção do mercado para a inflação de 2024
também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda se situa
dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Em outubro,
o aumento de preços das passagens aéreas pressionou o resultado da inflação. O
IPCA ficou em 0,24%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). O percentual foi abaixo da taxa de setembro, que teve alta de
0,26%.
A inflação
acumulada este ano atingiu 3,75%. Nos últimos 12 meses, o índice está em
4,82%.
Juros básicos
Para
alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a
taxa básica de juros – a Selic – definida em 12,25% ao ano pelo Comitê de
Política Monetária (Copom). Após sucessivas quedas no fim do primeiro semestre,
a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, mas essa alta era esperada
por economistas.
O comportamento
dos preços já fez o BC cortar os juros pela terceira vez no semestre, em um
ciclo que deve seguir com cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões.
Ainda assim, o Copom indicou que poderá mudar o tempo do período de cortes,
caso as condições tornem mais difícil reduzir juros.
De março de
2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num
ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos,
energia e combustíveis. Por um ano, de agosto do ano passado a agosto deste
ano, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.
Antes do
início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível
mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica
gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para
estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de
agosto de 2020 a março de 2021.
Para o
mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2023 em 11,75% ao ano. A última
reunião do Copom em 2023 ocorre em 12 e 13 de dezembro.
Para o fim
de 2024, a estimativa é de que a taxa básica caia para 9,25% ao ano. Para o fim
de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 8,75% ao ano e 8,5% ao ano,
respectivamente.
Quando o
Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida,
e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito
e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores
na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de
inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas
também podem dificultar a expansão da economia.
Quando o
Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com
incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e
estimulando a atividade econômica.
PIB e câmbio
A projeção
das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste
ano variou de 2,85% para 2,84%.
Para 2024, a
expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e
serviços produzidos no país – é de crescimento de 1,5%. Para 2025 e 2026, o
mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,93% e 2%, respectivamente.
A previsão
para a cotação do dólar está em R$ 5 para o fim deste ano. Para o fim de 2024,
a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,05.
Edição:
Kleber Sampaio