Teto de juros do consignado do INSS cairá para 1,76% ao mês
Teto de juros do consignado do INSS cairá para 1,76% ao mês
Medida foi aprovada por Conselho Nacional de Previdência Social.
Publicado por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil - Brasília
Os
aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)
pagarão menos nas futuras operações de crédito consignado. Por 14 votos a 1, o
Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) aprovou nesta quinta-feira (11)
o novo limite de juros de 1,76% ao mês para essas operações.
O novo teto
é 0,04 ponto percentual menor que o antigo limite, de 1,80% ao mês, nível que
vigorava desde dezembro. O teto dos juros para o cartão de crédito consignado caiu
de 2,67% para 2,61% ao mês.
Propostas
pelo próprio governo, as medidas entram em vigor oito dias após a instrução
normativa ser publicada no Diário Oficial da União, o que ocorrerá nos próximos
dias. Normalmente, o prazo seria cinco dias, mas foi estendido a pedido dos
bancos.
A justificativa
para a redução foi o corte de 0,5 ponto percentual na Taxa Selic (juros básicos
da economia). No fim de setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do
Banco Central reduziu os juros básicos de 12,25% para 11,75% ao ano. Desde
agosto, quando começaram os cortes na Selic, o ministro da Previdência Social,
Carlos Lupi, disse que a pasta vai acompanhar o movimento e propor reduções no
teto do consignado à medida que os juros baixarem. As mudanças têm de ser
aprovadas pelo CNPS.
Com o novo teto, alguns bancos oficiais terão de reduzir as taxas para o consignado do INSS para continuarem a emprestar pela modalidade. Segundo os dados mais recentes do Banco Central (BC), o Banco do Nordeste e o Banco do Brasil cobram 1,79% ao mês.
O Banco da
Amazônia cobra 1,81% ao mês. Como está acima do teto atual, a taxa, na prática,
significa que a instituição suspendeu a oferta desse tipo de crédito. Entre os
bancos federais, apenas a Caixa cobra menos, com taxa de 1,73% ao mês.
Impasse
O limite dos
juros do crédito consignado do INSS foi objeto de embates no ano passado. Em
março de 2022, o CNPS reduziu o teto para 1,7% ao ano. A decisão opôs os
ministérios da Previdência Social e da Fazenda.
Os bancos
suspenderam a oferta, alegando que a medida provocava desequilíbrios nas
instituições financeiras. Sob protesto das centrais sindicais, o Banco do
Brasil e a Caixa também deixaram de conceder os empréstimos porque o teto de
1,7% ao mês era inferior ao cobrado pelas instituições.
A decisão
coube ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que arbitrou o impasse e, no fim
de março, decidiu pelo teto de 1,97% ao mês. O Ministério da Previdência
defendia teto de 1,87% ao mês, equivalente ao cobrado pela Caixa Econômica
Federal antes da suspensão do crédito consignado para os aposentados e
pensionistas. A Fazenda defendia um limite de 1,99% ao mês, que permitia ao
Banco do Brasil, que cobrava taxa de 1,95% ao mês, retomar a concessão de
empréstimos.
Edição:
Nádia Franco