TCU esclarece que não decidiu sobre isenção a líderes religiosos
TCU esclarece que não decidiu sobre isenção a líderes religiosos
Órgão diz que o tema ainda está sob análise do ministro Aroldo Cedraz.
Publicado por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil - Brasília
O Tribunal
de Contas da União (TCU) esclareceu que não determinou a suspensão da isenção
tributária a líderes religiosos. Em nota, o órgão informou que o processo está
sob análise do ministro Aroldo Cedraz, ainda sem decisão final.
O comunicado
informou que o Ministério Público junto ao TCU (MPTCU) fez representação aos
ministros do órgão para avaliar se o ato declaratório de 29 de julho do ano
passado era legal e legítimo. Na ocasião, o então secretário especial da
Receita Federal, Julio Cesar Vieira, ampliou a isenção tributária a templos
religiosos ao salário de pastores e ministros religiosos.
“O processo
trata de representação do MPTCU para avaliar a legalidade e legitimidade da
ampliação de isenção de impostos para remuneração recebida por pastores
conferida pela referida norma, diante de possível desvio de finalidade e
ausência de motivação”, esclareceu o TCU.
O comunicado
reiterou que qualquer manifestação formal do órgão sai apenas quando ministros
tomam decisões solitariamente ou em plenário. “O TCU se manifesta apenas por
meio de seus acórdãos ou por decisões monocráticas dos seus ministros”,
destacou.
Na quarta-feira (18), a Receita Federal suspendeu a imunidade tributária sobre salários de líderes religiosos, como pastores e ministros de igrejas evangélicas. Assinado pelo secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, o ato declaratório reverteu o benefício concedido pelo ex-secretário especial do órgão Julio Cesar Vieira Gomes, pouco antes do início da campanha eleitoral de 2022.
O
ex-secretário especial Julio Cesar foi exonerado da Receita Federal em junho do
ano passado, após vir à tona o envolvimento dele no caso da liberação de joias dadas
de presente por governos estrangeiros ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Quando
comandava o órgão, Julio Cesar assinou o despacho que pedia aos auditores da
Receita, no Aeroporto de Guarulhos, que entregassem um conjunto de joias
presenteadas pelo governo da Arábia Saudita ao ex-presidente em 2022. A defesa
de Bolsonaro nega qualquer irregularidade.
Edição:
Fernando Fraga