Lula sanciona orçamento e veta R$ 5,6 bilhões em emendas parlamentares
Lula sanciona orçamento e veta R$ 5,6 bilhões em emendas parlamentares
Veto foi confirmado pelo líder do governo no Congresso Nacional.
Publicado por Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil - Brasília
O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta segunda-feira (22) a Lei Orçamentária
Anual (LOA) de 2024, que prevê valores totais de aproximadamente R$ 5,5
trilhões. O texto havia sido aprovado pelo Congresso Nacional no fim do ano
passado. A LOA estima a receita e fixa a despesa dos Poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário da União para o exercício financeiro do ano.
A maior
parte dos gastos federais continuará sendo com o refinanciamento da dívida
pública, cerca de R$ 1,7 trilhão. Este é o primeiro orçamento proposto pela
gestão Lula em seu terceiro mandato, já que o orçamento de 2023 havia sido
proposto pelo governo anterior. O texto da sanção deverá ser publicado na
edição do Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (23).
A cerimônia
de sanção ocorreu no gabinete presidencial e não foi aberta ao público. De
acordo com o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo no
Congresso Nacional, o único veto proposto pelo presidente da República é o de
R$ 5,6 bilhões sobre o orçamento das emendas parlamentares de comissão. Na
versão aprovada pelos parlamentares, esse tipo de emenda previa R$ 16,7
bilhões, mas, com o veto, a previsão cai para R$ 11,1 bilhões, um valor ainda
superior ao do ano passado (R$ 7,5 bilhões). Os outros tipos de emendas
parlamentares, que são as emendas individuais obrigatórias (R$ 25 bilhões) e as
emendas de bancadas (R$ 11,3 bilhões), não sofreram modificação de valores.
Ao todo, o
relator da proposta, deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP), acolheu 7,9 mil
emendas parlamentares individuais, de bancadas estaduais e de comissões, que somavam
R$ 53 bilhões. Com o veto nas emendas de comissão, a previsão é que o valor
global fique em torno de R$ 47,4 bilhões. O veto de Lula ainda será analisado
pelo Congresso Nacional, que pode manter ou derrubar a decisão.
“O veto
sobre recurso é basicamente esse aí. Nós vamos negociar ao máximo para que não
seja derrubado”, destatou Randolfe Rodrigues.
Segundo o
ministro das Relações Instituticionais, Alexandre Padilha, o motivo do veto foi
a necessidade de adequação orçamentária à inflação menor, que reduz a margem de
gasto do governo.
“Por
conta de uma coisa boa que é uma inflação mais baixa, que reduziu preço dos
alimentos, reduziu o custo de vida para a população, autoriza menos recursos
para o governo. Então, nós fizemos um corte dos recursos, exatamente porque a
inflação foi mais baixa. O corte está em torno de R$ 5,5 bilhões. Mas o
presidente Lula, a ministra Simone Tebet [Planejamento e Orçamento], toda
equipe, no momento da decisão do corte, resolveu, primeiro, poupar
integralmente saúde e educação de qualquer tipo de corte, poupar os
investimentos do PAC, poupar os investimentos da segurança pública e da
população que mais precisa”, afirmou em um vídeo publicado nas redes
sociais.
O ministro
aproveitou para destacar alguns dos principais pontos do orçamento, como o
crescimento o crescimento dos investimentos em saúde em 18%, o aumento de 11%
nos recursos para a educação e de 30% para ciência e tecnologia.
Salário mínimo
O salário mínimo previsto no Orçamento de 2024 passará dos atuais R$ 1.320 deste ano para pelo menos R$ 1.412 em 2024. O texto destina cerca de R$ 55 bilhões em 2024 para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Na proposta do governo, o PAC contaria com R$ 61,3 bilhões.
O Orçamento
prevê a destinação de quase R$ 170 bilhões para o Programa Bolsa Família em
2024.
Para o
Ministério da Educação foram destinados cerca de R$ 180 bilhões, mesmo valor
proposto pelo governo federal. O Ministério da Saúde contará com R$ 231
bilhões. Para o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima serão destinados
R$ 3,72 bilhões. Para a pasta da Defesa o orçamento será de R$ 126 bilhões.
Fundo eleitoral
A sanção de
Lula manteve os R$ 4,9 bilhões definidos pelos parlamentares para o Fundo
Especial de Financiamento de Campanhas Eleitorais, que serão utilizados nas
eleições municipais deste ano. O valor é o mesmo utilizado em 2022 nas eleições
nacionais. O valor reservado inicialmente pelo governo, na proposta
orçamentária, era de R$ 939,3 milhões.
Edição: Aline
Leal