São Paulo tem recorde de feminicídios em 2023
São Paulo tem recorde de feminicídios em 2023
Foram 221 casos, contra 195 em 2022 e 140 em 2021.
O estado de
São Paulo teve no ano passado o maior número de feminicídios desde 2018, quando
os dados passaram a ser divulgados separadamente das demais estatísticas de
homicídio. Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), foram
registradas como feminicídio 221 mortes de mulheres em 2023.
São
classificados como feminicídio os assassinatos em que as motivações envolvem a
condição de ser mulher, seja diretamente ligada à violência doméstica ou por
razões misóginas, em que há um menosprezo ou discriminação voltadas ao sexo
feminino.
Em 2022,
foram registrados no estado 195 feminicídios, em 2021, foram 140 casos. Em
2018, primeiro ano em que os registros foram diferenciados do total de homicídios,
foram 136 ocorrências.
São crimes
que acontecem de diversas forma, em ambientes privados ou até nas ruas. Entre
as ocorrências divulgadas pela Polícia Civil está o caso de uma mulher
assassinada há pouco mais de um mês, em um hotel em Campinas, no interior
paulista. De acordo com a polícia, os indícios apontam que a mulher foi
asfixiada com travesseiros durante a noite.
Em Barretos,
no interior paulista, um homem esfaqueou duas pessoas que tentaram defender a
ex-companheira dele de suas agressões. A situação começou com uma discussão que
evoluiu para violência física. Uma das pessoas esfaqueadas, um homem
sobreviveu, enquanto a mulher que tentou evitar as agressões acabou não
resistindo aos ferimentos. O crime aconteceu em novembro.
Ao comentar o aumento do número de feminicídios, a SSP afirmou que tem se dedicado a examinar a dinâmica desse tipo de crime. A partir da análise dos casos de 2023, a secretaria destaca que em 83,2% das situações a vítima havia sofrido violência doméstica anteriormente. Em 56,1% das ocorrências, a mulher tinha uma relação afetiva com o agressor e em 39,3%, tinha uma ligação familiar ou de amizade.
A secretaria
afirma ainda que desenvolveu um projeto para que os agressores recebam uma
tornozeleira eletrônica ao serem soltos nas audiências de custódia. “Através do
tornozelamento, os agressores são monitorados 24 horas por dia e são
imediatamente detidos se tentarem se aproximar das vítimas. Desde setembro até
24 de janeiro, 167 agressores foram tornozelados. Dentre o total, 74 estavam
relacionados a casos de violência doméstica, dos quais 9 foram presos novamente
por violarem a ordem de distância”, detalha a nota da SSP.
Edição: Juliana
Andrade