Javier Milei enfrenta 1º grande teste no Congresso da Argentina com votação de projeto de lei ‘ómnibus’
Javier Milei enfrenta 1º grande teste no Congresso da Argentina com votação de projeto de lei 'ómnibus'
A versão inicial tinha 664 artigos. Mais de 100 foram retirados ou alterados. Previa-se que pelo menos 170 pontos seriam objeto de discussão. No fim, pouco mais da metade dos artigos originais se mantiveram no texto.
Por g1
O presidente
da Argentina, Javier Milei, enfrentará nesta quinta-feira (1º) o primeiro
grande teste de seu governo no Congresso. Os deputados devem votar, no fim do
dia, a chamada lei “ómnibus”, que vem enfrentando forte resistência
no Legislativo, onde Milei não tem maioria.
Na
quarta-feira (31), os deputados da Argentina alinhados ao presidente Javier
Milei negociaram quais alterações da lei “ómnibus” são suficientes para tentar
aprovar o texto.
O projeto da
lei “ómnibus” é um pacote que abarca temas múltiplos e muito
diversos, desde privatização de empresas estatais a temas de política de
segurança a uma centralização do poder nas mãos de Milei.
Na
quarta-feira, do lado de fora do Congresso, agentes da polícia cercaram
manifestantes de esquerda que são contrários ao projeto da lei “ómnibus”.
Nesta
quinta, a sessão será retomada às 11h, e a votação deve ocorrer no fim do dia.
Primeiro teste
A votação na
Câmara dos Deputados é o primeiro grande teste de Milei no Legislativo desde
que ele assumiu o poder, em 10 de dezembro.
Ele enfrenta
dificuldade porque a bancada governista no Congresso é minoritária tanto na
Câmara dos Deputados como no Senado. Para entrar em vigor, o texto deve ser
aprovado tanto pelos deputados como pelos senadores.
Antes de ir
a plenário, houve semanas de negociações entre deputados que não são
governistas, mas que podem votar a favor do texto.
Mudanças no texto
Para tentar
conseguir fazer com que a lei seja aprovada, o governo retirou mais de cem
artigos, inclusive uma seção sobre temas fiscais.
A versão
inicial tinha 664 artigos. Mais de 100 foram retirados ou alterados. Previa-se
que pelo menos 170 pontos seriam objeto de discussão. No fim, pouco mais da
metade dos artigos originais se mantiveram no texto.
O governo
afirmou que os políticos “têm a chance de começar a reverter o dano que eles
causaram ao povo argentino”.
O principal partido de oposição, o União pela Pátria, de orientação peronista, vai votar contra o texto. Os deputados do grupo afirmam que a “motoserra” vai prejudicar o povo (durante as eleições, Milei fez campanha com uma motosserra para sinalizar que ele iria cortar gastos).