Conab: colheita de grãos da safra 23/24 será menor do que o estimado
Conab: colheita de grãos da safra 23/24 será menor do que o estimado
Projeção atual representa redução de 17,7 milhões de toneladas.
Publicado por Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil - Brasília
A Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a colheita de grãos na safra
2023/2024 será 6% inferior ao volume colhido no período anterior. A previsão
consta do 5º Levantamento da Safra de Grãos que a estatal vinculada ao
Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar divulgou nesta
quinta-feira (8).
Segundo os
técnicos da companhia, na safra atual, os produtores rurais devem colher em
torno de 299,8 milhões de toneladas de grãos. Na safra 2022/2023, foram alcançadas
319,8 milhões de toneladas.
A atual
projeção representa uma redução de 17,7 milhões de toneladas em relação à
estimativa inicial da companhia, divulgada em outubro do ano passado. Em seu
primeiro levantamento sobre a atual safra, a Conab indicou a possibilidade da
produção alcançar 317,5 milhões de toneladas – volume que, mesmo que atingido,
representaria um ligeiro decréscimo em comparação ao resultado efetivo
anterior.
De acordo
com a companhia, as variações climáticas afetaram negativamente as lavouras nas
principais regiões produtoras, como no Centro-Oeste, Sudeste e na área
conhecida como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), principalmente as
de soja e milho.
A estimativa
é que a produção de soja atinja 149,4 milhões de toneladas – resultado que, se
confirmado, será 3,4% inferior ao volume obtido no ciclo 2022/23 e 7,8% menor
que as 162 milhões de toneladas que a Conab estimava no início da atual safra.
As exportações da oleaginosa também devem ser reduzidas em 4,29 milhões de
toneladas, saindo de 98,45 milhões de toneladas para 94,16 milhões de
toneladas.
A estatal
também atualizou a expectativa quanto à colheita de milho, que não deve
ultrapassar 113,7 milhões de toneladas. As vendas de milho ao mercado
internacional também foram ajustadas em 3 milhões de toneladas. Com isso, os
embarques do cereal devem chegar a 32 milhões de toneladas, enquanto a demanda
doméstica está estimada em 84,1 milhões de toneladas
Adversidades
climáticas, como ondas de calor e a má distribuição das chuvas, também devem
prejudicar a produção de feijão, que deve resultar em uma produção de 2,97
milhões de toneladas de feijão no país.
Embora
tenham chegado a afetar a lavoura do arroz, os reflexos do El Niño não gerou
perdas até o momento nesta safra. A produção está estimada em 10,8 milhões de
toneladas, 7,6% acima da produção da safra anterior. Alta também para o
algodão. A estimativa é que o país estabeleça um novo recorde para a produção
da pluma, chegando a 3,3 milhões de toneladas. O preço da commodity e as
perspectivas de comercialização refletiram no aumento de área de plantio, que
apresenta crescimento de 12,8% sobre a safra 2022/23.
As primeiras
estimativas para as culturas de inverno apontam para uma recuperação na safra
de trigo, estimada em 10,2 milhões de toneladas. O plantio do cereal tem início
a partir de fevereiro no Centro-Oeste, e ganhará força em meados de abril, no Paraná,
e em maio, no Rio Grande do Sul, estados que representam 82,7% da produção
tritícola do país.
No caso do
algodão, o estoque final do produto teve um reajuste para 2,28 milhões de
toneladas, uma vez que o consumo interno se manteve em 730 mil toneladas e as
exportações estão estimadas em aproximadamente 2,5 milhões de toneladas.
Edição:
Maria Claudia