`Prévia do PIB’ do BC sinaliza desaceleração da economia em 2023, apesar de alta de 2,45%
`Prévia do PIB' do BC sinaliza desaceleração da economia em 2023, apesar de alta de 2,45%
Em 2022, mesmo indicador apontou avanço de 2,77% no PIB. Número apresentado pelo Banco Central nesta segunda não é o oficial, que só será divulgado em março pelo IBGE.
Por Alexandro Martello, g1 — Brasília
O Índice de
Atividade Econômica (IBC-BR) do Banco Central, considerado a “prévia”
do Produto Interno Bruto (PIB), registrou expansão de 2,45% em 2023 na
comparação com o ano anterior, informou a instituição nesta segunda-feira (19).
O PIB é a
soma de todos os bens e serviços feitos no país, independentemente da
nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia
brasileira.
Apesar do
crescimento em 2023, o ritmo de alta mostrou desaceleração em relação ao ano
anterior, quando houve uma expansão maior: de 2,77%.
O resultado
oficial do PIB de 2023 será divulgado somente em 1º de março pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2022, o PIB registrou um
crescimento de 3%.
O Ministério
da Fazenda estimou, no fim do ano passado, uma expansão de 3% para o PIB de
2023, que é a mesma projeção do BC para o crescimento da economia no último
ano.
No quarto
trimestre de 2023, segundo o BC, o índice de atividade econômica teve elevação
de 0,22% na comparação com os três meses anteriores.
Juro alto e endividamento
A
desaceleração da economia apontada pelo Banco Central em 2023 aconteceu em um
cenário de juros elevados, para combater pressões inflacionárias, na maior
parte do ano.
Em 2023, a
taxa Selic começou a recuar somente em agosto, quando passou de 13,75% para
13,25% ao ano. Desde então, já foram feitas cinco reduções seguidas pelo BC e,
atualmente, a taxa está em 11,25% ao ano.
Segundo o
BC, o endividamento das famílias somou de 48,2% da renda acumulada nos 12 meses
até novembro de 2023, contra 49% no fechamento de 2022.
Em fevereiro
de 2020, antes da pandemia da Covid-19, o endividamento das famílias somava
41,8%. A série histórica do BC para este indicador teve início em janeiro de
2005.
Ao mesmo
tempo, ainda segundo o BC a taxa de inadimplência média registrada pelos bancos
nas operações de crédito avançou em 2023, fechando o ano passado em 3,3% –
contra 3% no final de 2022.
De acordo
com dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o número de
inadimplentes no país somou 66,96 milhões de brasileiros em janeiro deste ano.
PIB x IBC-Br
Os
resultados do IBC-Br são considerados uma “prévia do PIB”. Porém, nem
sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do Produto Interno Bruto.
O cálculo
dos dois é um pouco diferente – o indicador do BC incorpora estimativas para a
agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos, mas não
considera o lado da demanda (incorporado no cálculo do PIB do IBGE).
O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária.