Bolsonaro volta a pedir afastamento de Moraes de inquérito sobre golpe
Bolsonaro volta a pedir afastamento de Moraes de inquérito sobre golpe
Recurso deverá ser apreciado pelo presidente do STF.
Publicado por Felipe Pontes - Repórter da Agência Brasil - Brasília
A defesa do
ex-presidente Jair Bolsonaro entrou com novo recurso no Supremo Tribunal Federal
(STF) pedindo o afastamento do ministro Alexandre de Moraes da relatoria do
inquérito que apura a existência de uma trama golpista durante seu governo.
Os advogados
querem o impedimento de Moraes, entre outros argumentos por ele figurar, na
ótica da defesa, como interessado no processo. O presidente do STF, ministro
Luís Roberto Barroso, negou na semana passada um primeiro pedido do tipo.
Barroso
alegou que a defesa não obteve sucesso em fazer “clara demonstração de qualquer
das causas justificadoras de impedimento”, que são previstas em lei. Em nova
petição protocolada nesta segunda-feira (26), os sete advogados que representam
Bolsonaro voltaram a insistir na tese inicial.
Para os
advogados, na própria decisão em que autorizou a Operação Tempus Veritatis, que
apura a trama golpista, Moraes escreveu “de maneira indubitável, uma narrativa
que o coloca no papel de vítima central das supostas ações que estariam sendo
objeto da investigação, destacando diversos planos de ação que visavam
diretamente sua pessoa”.
O argumento
se baseia no fato de que as investigações da Polícia Federal apontam para a
existência de uma minuta de decreto que previa um golpe de Estado com a prisão
de Moraes. A defesa destacou que o relatório policial indica ter havido o monitoramento
dos passos do ministro pelos investigados.
Por esse
motivo, Moraes teria interesse pessoal no caso, e assim não poderia ser também
relator, insistem os advogados. “Ora, inegável que a posição do Ministro
Relator no papel de vítima implica automática e manifestamente seu interesse
direto no feito”, diz a nova petição.
O recurso, um agravo regimental, deverá agora ser apreciado por Barroso, que pode rever sua posição ou remeter a argumentação da defesa para julgamento pelo plenário.
Segundo as investigações
da Operação Tempus Veritatis, Bolsonaro e auxiliares diretos, incluindo
militares do alto escalão do governo, planejaram um golpe de Estado que seria
deflagrado após a derrota do ex-presidente na eleição de 2022.
Edição:
Aécio Amado