Setor externo responde por crescimento econômico em 2023
Setor externo responde por crescimento econômico em 2023
Exportações aumentaram 9,1% e importações caíram 1,2% no ano.
Publicado por Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
O setor
externo foi responsável por dois terços do crescimento econômico de registrado
em 2023, enquanto a demanda interna respondeu pelo restante. Da alta de 2,9%
observada no ano passado, 2 pontos percentuais foram puxados pelo comércio com
outros países, enquanto 0,9 ponto percentual saiu de consumidores e setor
produtivo brasileiros.
Segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as exportações
brasileiras cresceram 9,1%, puxadas pela desvalorização do real ante o dólar e
pela alta do preço das commodities no mercado internacional, que favoreceram os
setores da agropecuária e do extrativismo mineral.
“A
agropecuária também depende muito do clima. No ano passado, tivemos condições
climáticas muito boas. E a gente tem bastante investimento nessa área”,
explicou a pesquisadora do IBGE Rebeca Palis. “Há bastante tempo nossa
pauta exportadora é muito baseada em commodities. Então tanto a produção da
agro, principalmente milho e soja, quanto a parte extrativa foram muito
exportadas”.
O que também contribuiu para o bom desempenho do setor externo foi a queda de 1,2% das importações, o que favorece positivamente o cálculo do PIB (soma de todos os bens e serviços produzidos no país).
Já a demanda
interna foi puxada principalmente pelo aumento de 3,1% do consumo das famílias.
“Em 2023, continuamos com melhora no mercado de trabalho, crescimento da
massa salarial real, aliado a medidas governamentais, ou seja, os programas de
transferência de renda às famílias. Além disso, tivemos um arrefecimento
importante da inflação média, que em 2023 ficou em 4,6%, contra 9,3% do ano de 2022”,
destacou Rebeca.
O consumo
das famílias poderia ter crescido ainda mais se não fossem o elevado grau de
endividamento dessas pessoas e o patamar da taxa básica de juros, a Selic, que
ficou em média em 13% em 2023, acima dos 12,4% de 2022.
O consumo do
governo cresceu 1,7% em 2023 e atingiu o maior patamar da série histórica do
PIB, iniciada em 1996. Por outro lado, a formação bruta de capital fixo
(investimentos) teve uma queda de 3% no ano, devido ao desempenho negativo dos
investimentos em construção (-0,2%) e em máquinas e equipamentos (-9,4%).
Produção
Pelo lado do
setor produtivo, a principal contribuição para o PIB nacional veio da
agropecuária, que cresceu 15,1%, a maior variação desde 1996. A segunda
atividade de maior impacto no PIB de 2023 foi a indústria extrativa mineral,
com alta de 8,7%, principalmente devido ao desempenho do setor petrolífero.
Também houve destaque para o setor de eletricidade, água, gás e esgoto, que avançou 6,5%. Junto com o extrativismo mineral, este segmento sustentou o crescimento de 1,6% do setor industrial brasileiro, já que tanto a indústria da transformação quanto a construção tiveram quedas, de 1,3% e 0,5%, respectivamente.
Os serviços
apresentaram crescimento médio de 2,4%, puxado principalmente pelas atividades
financeiras, de seguros e de serviços relacionados (com alta de 6,6%). Os
demais segmentos dos serviços apresentaram altas entre 0,6% (comércio) e 3%
(atividades imobiliárias).
O PIB per
capita cresceu 2,2% em 2023, de acordo com os dados divulgados pelo IBGE.
Trimestre
O
crescimento de 2,9% no PIB, em 2023, que colocou a economia brasileira em seu
maior patamar desde o início da série histórica (em 1996), pode ser explicado
pelo desempenho do país no primeiro semestre, com altas de 1,3% no primeiro
trimestre e 0,8% no segundo trimestre, em relação aos trimestres anteriores.
No segundo
semestre, o Produto Interno Bruto manteve-se estável, sem altas ou quedas nos
terceiro e quarto trimestres.
Edição: Maria Claudia