Governo prepara projeto de lei com novo programa para setor de eventos
Governo prepara projeto de lei com novo programa para setor de eventos
Decisão foi tomada após reunião de Haddad com líderes da Câmara.
Publicado por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil - Brasília
Após
resistência de parte dos parlamentares, o governo concordou em enviar um
projeto de lei, com urgência constitucional, para criar uma nova versão do
Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), informou nesta
terça-feira (5) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O projeto também
tratará da alíquota menor da Previdência Social paga por pequenos municípios.
A decisão
ocorreu após reunião na manhã desta terça-feira com o presidente da Câmara dos
Deputados, Arthur Lira, e com líderes partidários da Casa. Inicialmente
previsto para o início de fevereiro, o encontro ocorreu com um mês de atraso,
por falta de acordo com os líderes da base aliada e por causa da reunião de
ministros do G20 no Brasil, na semana passada.
Segundo
Haddad, a Medida Provisória 1.202, editada em dezembro, não será alterada. A
única mudança foi a retirada da reoneração gradual da folha de pagamento para
17 setores da economia, suprimida do texto no dia 28 de fevereiro para ser
convertida em projeto de lei.
Em relação
ao Perse, o ministro informou que o projeto de lei terá uma versão mais
“focada” do programa, em vez de propor a extinção gradual, como ocorreu na
medida provisória. Como o novo projeto de lei terá urgência constitucional,
precisará ser avaliado pelo Congresso em até 45 dias, sendo votado na segunda
quinzena de abril. A MP.1202 tem validade até maio.
Impacto
O ministro
não estimou o impacto sobre os cofres públicos das medidas em discussão com os
parlamentares. Segundo Haddad, tanto no caso do Perse como da reoneração da
folha de pagamentos, o governo precisa remodelar os projetos para saber o
tamanho e o escopo das medidas. Somente após esse estágio, será possível
definir o tamanho da renúncia fiscal e as medidas para compensar a perda de
receitas.
Na reunião
desta terça-feira, Haddad apresentou a Lira e aos líderes dos partidos na
Câmara o levantamento mais recente da Receita Federal sobre o impacto do Perse.
“Em 2022, tivemos mais de R$ 10 bilhões de renúncia fiscal para o Perse e mais
R$ 13 bilhões em 2023, já expurgadas as eventuais inconsistências dos informes
dos próprios contribuintes. Mandei fazer um pente-fino bastante rigoroso para
termos ideia do quanto está custando o Perse por ano”, explicou. Haddad disse
que os números podem aumentar, conforme as fiscalizações da Receita Federal.
Haddad disse
ter recebido sugestões para blindar o programa de abusos, mas disse que as 11
mil empresas atendidas pelo Perse, programa criado para ajudar o setor de
eventos afetado pela covid-19, faturam mais hoje do que antes da pandemia. “O
faturamento em 2019 [das 11 mil empresas], portanto pré-pandemia, foi R$ 146
bilhões. O faturamento em 2020, o pico da pandemia, foi R$ 101 bilhões. E o
faturamento em 2022, já foi R$ 200 bilhões, portanto nós já estamos em franca
recuperação”, ressaltou.
Com o pedido
de alguns parlamentares para a continuidade do Perse, Haddad prometeu elaborar
um estudo para verificar quais segmentos dentro do setor de eventos ainda não
se recuperaram e precisam de ajuda.
Edição:
Fernando Fraga