Conselho de Segurança da ONU vota nesta sexta resolução dos EUA para ‘cessar-fogo imediato’ em Gaza
Conselho de Segurança da ONU vota nesta sexta resolução dos EUA para 'cessar-fogo imediato' em Gaza
Proposta foi apresentada pelos EUA. A resolução consolida uma mudança de orientação de Washington na guerra entre Israel e o Hamas. Um dos cinco países que têm poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, os EUA vinham barrando propostas de cessar-fogo.
Por Felippe Coaglio, g1
O Conselho
de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) irá votar uma resolução dos
EUA de “cessar-fogo imediato” na Faixa de Gaza nesta sexta-feira
(22). A reunião começa às 10h (horário de Brasília).
A proposta
foi apresentada pelos Estados Unidos e prevê o cessar-fogo imediato na guerra
entre Israel e o grupo terrorista Hamas, além da libertação de reféns. Uma
reunião a portas fechadas nesta quinta (21) decidiu pela votação na sexta.
A resolução consolida uma mudança de orientação de Washington na guerra entre Israel e o Hamas. Os EUA, um dos cinco países que têm poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, vinham barrando propostas de cessar-fogo.
O Conselho
de Segurança da ONU deve aproveitar a oportunidade para também votar uma
resolução feita pelo E-10, grupo de 10 países rotativos no conselho. O texto,
liderado por Moçambique, pede cessar-fogo na guerra durante o Ramadã, período
sagrado para os muçulmanos —que começou dia 10.
Pedido de cessar-fogo pelos EUA
O primeiro a
falar na resolução americana foi o secretário de Estado dos EUA, Antony
Blinken.
Em uma
entrevista durante uma viagem à Arábia Saudita, Blinken disse:
“”Acabamos
de apresentar uma resolução perante o Conselho de Segurança das Nações Unidas, que
apela a um cessar-fogo imediato ligado à libertação de reféns. Claro, apoiamos
Israel e o seu direito de se defender, de garantir que o 7 de Outubro nunca
mais aconteça. Mas, ao mesmo tempo, é imperativo que nos concentremos nos civis
que estão em perigo e que sofrem tão terrivelmente”, declarou Blinken.
Na
entrevista desta quinta, o secretário afirmou ainda que os Estados Unidos estão
trabalhando em conjunto com Egito e o Catar para que haja um acordo de
cessar-fogo entre Israel e o Hamas, com a libertação de reféns.
Blinken está
visitando a Arábia Saudita para discutir a guerra entre Israel e o Hamas.
Mudança de orientação
A fala de
Blinken consolida uma mudança de orientação de Washington na guerra entre
Israel e o Hamas. Os EUA, um dos cinco países que têm poder de veto no Conselho
de Segurança da ONU, vinham barrando propostas de cessar-fogo.
Em outubro,
os EUA vetaram a proposta de resolução feita pelo Brasil, então na presidência
rotativa do Conselho de Segurança da ONU. A resolução, que seria a primeira
manifestação formal do órgão sobre a guerra entre Israel e o Hamas, já não
mencionava um pedido de cessar-fogo, a pedido do governo norte-americano.
Mesmo assim,
a representante dos EUA no conselho vetou a proposta alegando que o documento
não mencionava o direito de defesa de Israel.
A intenção
de os Estados Unidos apresentarem uma resolução no Conselho de Segurança na ONU
propondo a interrupção do conflito no território palestino começou a ser
ventilada em fevereiro.
Nas últimas
semanas, o governo norte-americano vem mudando o tom em relação ao conflito. O
presidente do país, Joe Biden, tem mostrado preocupação com o grande número de
civis mortos no território palestino.
No início de março, durante uma entrevista, Biden chegou a dizer que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está “prejudicando mais do que ajudando” Israel com a postura na Faixa de Gaza.
“Ele
tem o direito de defender Israel, o direito de continuar perseguindo o Hamas,
mas ele precisa prestar mais atenção às vidas inocentes que estão sendo
perdidas como consequência das ações tomadas”, disse.
Os Estados
Unidos também veem como arriscada uma possível operação de Israel na cidade de
Rafah, no sul de Gaza, onde mais de 1 milhão de palestinos estão alojados. Já
na terça-feira (19), Netanyahu rejeitou um pedido de Biden para cancelar os
planos de um ataque terrestre em Rafah.
O premiê
afirmou que deixou claro ao presidente dos Estados Unidos que está determinado
a concluir a eliminação de batalhões do Hamas na região.