Justiça Federal em Santos recebe pedido de prisão de Robinho e emite mandado
Justiça Federal em Santos recebe pedido de prisão de Robinho e emite mandado
Após a expedição da ordem de prisão pela Justiça Federal, Robinho deve ser levado à sede da Polícia Federal e, posteriormente, à penitenciária. Defesa enviou pedido de habeas corpus ao Supremo Tribunal Federal (STF), que pode ou não ser aceito.
Por Nicole Vasques, Luiz Linna, g1 Santos
A Justiça
Federal em Santos, no litoral de São Paulo, recebeu do Superior Tribunal de
Justiça (STJ), nesta quinta-feira (21), e já emitiu um mandado de prisão do
ex-jogador Robinho.
Após a
prisão, Robinho deve ser levado à sede da Polícia Federal, onde passará por
exame de corpo de delito. Posteriormente, ele deve ser submetido a uma
audiência de custódia e, depois, encaminhado para uma penitenciária, que ainda
não foi definida.
Na última
quarta-feira (20), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu por 9 votos a 2
que o ex-jogador Robinho deve cumprir pena por estupro no Brasil. Decidiu
também que ele deve cumprir pena imediata.
O ministro
Luiz Fux foi sorteado relator do pedido e, até às 11h30 desta quinta-feira,
ainda não havia emitido nenhuma decisão.
Os advogados
de Robinho também ingressaram com um habeas corpus ao Supremo Tribunal Federal
(STF), na manhã desta quinta-feira, para impedir a prisão até que se encerrem
as possibilidades de recurso. Ainda não há uma decisão sobre o pedido.
Cumprimento da pena
O crime de
violência sexual coletiva ocorreu em 2013, quando Robinho era um dos principais
jogadores do Milan, clube de Milão, na Itália. Nove anos após o caso, em 19 de
janeiro de 2022, a justiça daquele país o condenou em última instância a
cumprir a pena estabelecida.
O julgamento
do pedido da Justiça Italiana pela Corte Especial do STJ, para decidir se ele
cumpriria ou não pena no Brasil, começou por volta das 14h de quarta-feira e
foi realizado remotamente. Os ministros do STJ votaram em três quesitos: a condenação,
o regime e a aplicação.
STJ aceita
pedido da Itália para que Robinho cumpra pena no Brasil; defesa recorre ao STF
Francisco
Falcão, relator do caso, considerou que, como já não há mais recursos possíveis
para a condenação feita pela Justiça da Itália e que os possíveis recursos à
decisão do STJ não têm o chamado efeito suspensivo, já é cabível a aplicação da
pena.
A maioria
concluiu que ele deverá iniciar a punição em regime fechado, na prisão. Isso
porque o crime é hediondo (considerado grave) e tem pena maior que 8 anos.
Pedido da Justiça italiana
Robinho vive
no Brasil, e a legislação nacional impede a extradição de brasileiros natos
para cumprimento de penas no exterior. Em novembro, o Ministério Público
Federal (MPF) defendeu, em manifestação ao STJ, que ele cumprisse a pena em
solo brasileiro.
Em
fevereiro, o governo do país europeu apresentou um pedido de homologação de
sentença estrangeira, que condenou o ex-jogador em novembro de 2017. O pedido
foi encaminhado ao Ministério da Justiça ao Superior Tribunal de Justiça.
No conteúdo do processo, a defesa de Robinho alegou que a homologação da sentença viola a Constituição, já que a Carta Magna proíbe a extradição de brasileiro nato e, diante disso, ele não pode cumprir uma pena estabelecida por outro estado.