Sobe para 19 o número de mortes após fortes chuvas no Espírito Santo
Sobe para 19 o número de mortes após fortes chuvas no Espírito Santo
Tragédia causada pela chuva na Região Sudeste já deixou 27 mortos, sendo 19 no Espírito Santo e 8 no Rio de Janeiro. Ao todo, 7.287 pessoas estão desalojadas (que foram para residência de familiares ou amigos), e 411 estão desabrigadas no Sul do ES.
Por Juirana Nobres, g1 ES
Novo boletim
extraordinário divulgado pela Defesa Civil do Espírito Santo na madrugada desta
segunda-feira (25) traz um aumento no número de mortes decorrentes das fortes
chuvas que atingiram o Sul do estado no final de semana. Foram registradas, até
o momento, 19 mortes, sendo 17 em Mimoso do Sul e 2 em Apiacá. Seis pessoas
estão desaparecidas. A tragédia da chuva também deixou 8 pessoas mortas no Rio
de Janeiro.
Ao todo,
7.287 pessoas estão desalojadas (que foram para residência de familiares ou
amigos) e 411 estão desabrigadas, isto é, perderam o imóvel e foram
encaminhados a abrigos públicos no Espírito Santo.
O
coordenador estadual adjunto da Defesa Civil, o tenente-coronel Benicio Ferrari
Junior, informou que em Mimoso do Sul a água já está baixando e, com isso, as
equipes estão conseguindo acessar mais áreas.
“Nesse
trabalho de acessar mais locais, a contagem de óbitos cresceu. Vamos seguir nos
trabalhos para acessar todas as vítimas”, diz.
Na cidade, uma das mais atingidas pela chuva, vários carros foram arrastados pela enxurrada e até um caminhão dos Bombeiros foi levado pela água.
A Polícia
Civil montou uma força-tarefa para identificação das vítimas que morreram nas
enchentes em Mimoso do Sul. Os corpos encontrados estão sendo levados para uma
capela mortuária no centro do município para que familiares façam o
reconhecimento. Duas equipes do Departamento Médico Legal (DML) Vitória foram
deslocadas para dar apoio.
Depois do
reconhecimento, os corpos estão sendo levados para o Serviço Médico Legal (SML)
de Cachoeiro de Itapemirim.
O Exército
Brasileiro foi acionado para atuar com ações de recuperação nas cidades
destruídas e enviou militares do 38º Batalhão de Infantaria, em Vila Velha, a
Mimoso do Sul.
Já a Marinha
mandou viaturas, moto aquática e uma embarcação de casco semi-rígido para
Mimoso do Sul no último domingo (24).
A Capitania
dos Portos destacou que uma equipe esteve no domingo na sede de Mimoso do Sul
e, nesta segunda-feira (25), os militares estão atendendo o distrito de Ponte
do Itabapoana, fazendo entregas de donativos. Depois, uma base será montada em
Bom Jesus do Norte, na mesma região.
Nesta
segunda-feira (25), algumas pessoas ainda estavam ilhadas em várias localidades
de cidades do Sul capixaba.
“Com as
águas baixando, diminui muito essa demanda por pessoas a serem resgatadas. Tem
algumas localidades como Santo Antônio de Muqui, Conceição de Muqui, Ponte de
Itabapoana, esses locais ainda estão com dificuldade de acesso por terra então
a gente manteve bastante ontem algumas ações de busca e salvamento”, explicou o
coordenador.
Ainda nesta
segunda, os trabalhos estão voltados para a ajuda humanitária e em fazer com
que água e comida chegue até as pessoas. Um rede de solidariedade se formou.
Veja aqui como ajudar as vítimas da chuva no Sul do estado.
“A
pressão por salvamento diminuiu bastante. Então a gente vai ter ainda um
trabalho de busca porque tem pessoas desaparecidas, a gente tá fazendo um pente
fino em algumas regiõestivo. A gente está focando no restabelecimento de
energia, água e ajuda humanitária. Em Mimoso os alimentos lá foram todos
perdidos na cidade, já enviamos vários caminhões, carretas”, relatou Ferrari.
‘Entreguei
nas mãos de Deus’, diz vítima
Moradores de
Mimoso do Sul relataram a situação de desespero durante a chuva que atingiu a
cidade. A água chegou no teto das casas.
Romildo é
morador da cidade e contou à TV Gazeta que os vizinhos se ajudaram no momento
da chuva, mas muitas pessoas, ainda assim, não conseguiram salvar móveis,
roupas e alimentos das residências.
“Eu
estava em casa tentando socorrer alguma coisa. Meus documentos eu consegui
tirar e levar para a casa da minha irmã, que mora no sengundo andar. Em 10
minutos, a água subiu um metro e não teve como, ela acabou me dominando, tive
que subir, não pude ficar. Entreguei nas mãos de Deus porque é uma coisa que a
gente não pode fazer nada. A gente fica triste, mas Deus dá força pra gente
recomeçar tudo de novo”, relatou Romildo.
Apiacá tem
aproximadamente 7 mil habitantes e está com mais pessoas fora de casa. Por lá
são 4 mil desalojados e 332 desabrigados.
Um morador
da cidade, que fica próxima à Mimoso, relatou, emocionado, que ajudou a salvar
o neto de 9 anos durante a enchente. “Não tenho palavras para falar. Pedi
carro e casa. Estou usando roupa que Deus deu pra gente”, disse Sinval
Ferreira o morador.
Em seguida,
aparecem Bom Jesus do Norte (3.000 desalojados e 64 desabrigados); Vargem Alta
(269 desalojados e 3 desabrigados) e Mimoso do Sul (18 desalojados e 12
desabrigados).
Cidade
sem acesso
Os acessos à
cidade de Apiacá estão comprometidos. Uma cratera se abriu na rodovia ES-297 e
a cidade decretou de emergência. As pessoas só conseguem chegar à cidade dando
uma volta pela cidade de Bom Jesus do Itabapoana, já no Rio de Janeiro.