Análise: Palmeiras tem resultado melhor do que o desempenho na estreia no Brasileirão

Abel Ferreira esteve de semblante fechado no campo, parecendo concentrado nas próprias mudanças ou mesmo descontente com o rendimento do Palmeiras. Minutos depois, contudo, chegou à entrevista coletiva sorrindo. Era o sinal de satisfação pelo empenho da equipe.

No Barradão para a estreia do Brasileiro, o Palmeiras usou uma escalação mista, dominou o Vitória e venceu por 1 a 0, em noite em que o resultado mostrou-se melhor do que o desempenho.

Na Série A, porém, são os três pontos que importam. E assim o Verdão fez.

Com três partidas em uma semana – contando a final do Paulista e segunda rodada da Libertadores -, o Palmeiras fez quatro mudanças na escalação considerada titular.

Zé Rafael desfalcou por uma virose e lombalgia, enquanto Aníbal Moreno e Gustavo Gómez foram poupados. Flaco López e Piquerez, apesar de serem opções, começaram no banco de reservas.

Foi assim que o Verdão visitou o Vitória com um time formado por: Weverton; Mayke, Luan, Murilo e Vanderlan; Gabriel Menino, Ríos e Veiga; Estêvão, Endrick e Rony. Uma escalação em 3-5-2 com Mayke de terceiro zagueiro e Estêvão, titular depois do gol na Libertadores, atuando como ala direito.

O Palmeiras começou com mais posse de bola e presença no campo de ataque, mas com poucos espaços encontrados. Aos 19, porém, abriu o placar em boa dinâmica com Veiga, Endrick, Rony e Richard Ríos, aliviando a pressão pelo resultado nos minutos iniciais.

Depois do gol e com os mandantes atrás do placar, a equipe alviverde viu o Vitória aumentar as investidas e chegou a precisar marcar mais baixo, mas mostrou uma linha defensiva segura e um meio de campo que conseguiu neutralizar o adversário, além de defesas decisivas de Weverton.

Dominou, portanto, a partida. Poderia ter vencido por mais, inclusive, não fossem as falhas de pontaria no ataque: das 14 finalizações, quatro foram no alvo.

Para o técnico Abel Ferreira, as condições do gramado foram fator determinante neste quesito, ao intensificar o desgaste dos atletas e ter consequente impacto negativo nas tomadas de decisão.

– Gramado incrivelmente desgastante e os erros nos minutos finais, que o adversário também teve, tem relação com a qualidade do gramado – disse o treinador, que saiu satisfeito com o time.

– Os jogadores cumpriram o plano, jogar com dois centroavantes, três médios, uma dupla missão para o Vanderlan e Murilo com cobertura quando nenhum dos dois conseguia tapar o lateral-direito do Vitória. Estiveram muito bem, continuamos bem no segundo tempo, em construção e transição. Acho que nós estivemos mais próximos do segundo gol, do que o Vitória do empate – concluiu.

À parte às condições do gramado, nomes como Gabriel Menino e Vanderlan ainda precisarão buscar a melhor forma, à medida que ganham na escalação titular em meio ao calendário de jogos com Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores acontecendo de forma simultânea.

Ao mesmo tempo em que Estêvão e Luis Guilherme ganham espaço, enriquecendo as opções de Abel Ferreira no plantel.

No fim das contas, o saldo da estreia segue positivo. Três partidas na semana, três vitórias – contra Santos (Paulistão), Liverpool-URU (Libertadores) e Vitória (Brasileiro) -, e o Palmeiras com um elenco em condições de ser revezado para o decorrer da temporada.