Rodovias licitadas em SP receberão investimentos de R$ 4,3 bilhões
Rodovias licitadas em SP receberão investimentos de R$ 4,3 bilhões
Concessão integra o Programa de Parcerias e Investimentos do estado.
Publicado por Camila Boehm - Repórter da Agência Brasil - São Paulo
O governo de
São Paulo realizou nesta terça-feira (16), na B3, o leilão de concessão de
rodovias do Lote Litoral do estado. O Consórcio Novo Litoral, liderado pela
Companhia Brasileira de Infraestrutura, venceu o leilão, que prevê
investimentos de R$ 4,3 bilhões em melhorias nos trechos que ligam o Alto Tietê
ao litoral sul.
Os trechos
foram licitados na forma de parceria público-privada (PPP), que prevê a outorga
de serviços públicos com cobrança de tarifa dos usuários e a aplicação de
recursos por parte do estado em forma de contraprestação.
O critério
do leilão foi o menor valor da contraprestação pública a ser paga pelo estado
em favor da concessionária. A empresa que oferecesse o maior percentual de
desconto sobre esse valor – fixado pelo governo em R$ 199 milhões – seria a
vencedora do certame. O Consórcio Novo Litoral ofereceu 10,17% de desconto,
vencendo o leilão. A outra empresa que participou da disputa, a Acciona, havia
oferecido desconto de 1%.
Segundo o
governo, os investimentos serão aplicados em duplicação, ampliação de vias,
acessos, melhorias em dispositivos de acesso e retorno, obras de infraestrutura
viária, além de serviços como atendimento por equipes de socorro mecânico,
guincho, primeiros socorros e monitoramento das rodovias por sistemas de
câmeras.
“Ao todo,
serão mais de 90 km de duplicações, 10 km de faixas de ultrapassagem e 47 km de
acostamentos. Também serão construídos 73 km de ciclovias e 27 novas passarelas
para passagens de pedestres”, informou, em nota, o governo estadual.
Há previsão
também de adoção do sistema automático livre para o pagamento de tarifas de
pedágio, conhecido como free flow.
A concessão
integra o Programa de Parcerias e Investimentos do Estado (PPI-SP), com 30 anos
de contrato. A fiscalização contratual será de responsabilidade da Agência de
Transporte do Estado de São Paulo (Artesp).
O projeto
contempla 213 km das rodovias SP-055 (Rodovia Padre Manoel da Nóbrega), SP-088
(Mogi-Dutra) e SP-098 (Mogi-Bertioga), que passam pelos municípios de Arujá,
Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Bertioga, Santos, Praia Grande, Mongaguá,
Itanhaém, Peruíbe, Itariri, Pedro de Toledo e Miracatu.
O governador
do estado, Tarcísio de Freitas, comemorou a parceria com a iniciativa privada.
“É um dia muito feliz pra nós, um dia de vitória”, disse.
Ele
acrescentou que o governo tem alcançado os desafios de atrair investimento e de
estruturar bons projetos no contexto do PPI-SP.
“Nosso
programa está se tornando uma realidade. Já foi o leilão do Rodoanel, bem
sucedido, já foi o leilão do trem intercidades, também bem sucedido, hoje o
leilão do Lote Litoral, bem sucedido, sexta-feira (19) nós vamos ter a
privatização da Emae [Empresa Metropolitana de Águas e Energia], vai ser bem
sucedido, é primeira privatização do nosso governo e por aí vai”, disse.
Além da
Emae, o governador lembrou ainda que nesta quarta-feira (17) haverá reunião do
PPI “com novidades sobre a privatização da Companhia de Saneamento Básico do
estado de São Paulo (Sabesp)”. Segundo o governo estadual, passar a empresa
para a iniciativa privada vai trazer mais recursos para o setor, permitindo a
antecipação das metas de universalização da oferta de água e esgoto.
“É uma
semana importante pra nós, uma semana de realização, uma semana de sinalização
para o mercado que aqui tem um programa de infraestrutura vivo. A gente
aprendeu a estruturar projetos, estão trazendo mercado, investimento vai
chegar, e quem vai ganhar com isso é o usuário”, disse o governador.
Plano de
governo
O plano de
governo registrado, por Tarcísio no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quando
era candidato, não menciona as privatizações do Metrô, da Companhia Paulista de
Trens Metropolitanos (CPTM) e da Sabesp.
As únicas
menções a concessões e privatizações, explicitadas na página 43 do plano,
referem-se aos aeroportos de Congonhas, do Campo de Marte e dos portos de
Santos e São Sebastião. Há ainda uma menção genérica a parcerias com a
iniciativa privada e a promessa de transferir ativos públicos para empresas
“quando for mais vantajoso para o cidadão paulista”.
Edição:
Fernando Fraga