Operação investiga influenciadores suspeitos por falsas rifas no Rio
Operação investiga influenciadores suspeitos por falsas rifas no Rio
Investigados usavam artifícios fraudulentos para manipular resultados.
Publicado por Bruno de Freitas Moura - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
A Polícia
Civil do Rio de Janeiro realizou uma operação nesta quarta-feira (17) contra
influenciadores digitais suspeitos de fazer rifas ilegais e manipular
resultados. A ação foi desencadeada por agentes da Delegacia do Consumidor
(Decon).
Cinco
pessoas são alvo da ação. Entre os suspeitos, estão os influenciadores Chefin,
Gui Polêmico e Almeida do Grau. Todos têm milhares de seguidores em redes
sociais. A confirmação dos nomes foi obtida pela Agência Brasil com a Decon.
Segundo as
investigações, os alvos utilizavam artifícios fraudulentos para manipular os
sorteios e controlar os resultados, garantindo lucros milionários, que são
usados na compra de veículos de luxo e mansões.
As buscas
foram realizadas em endereços dos investigados em bairros nobres do Rio de
Janeiro e em Niterói, São Gonçalo e Magé, municípios da região metropolitana.
De acordo com a Polícia Civil, “a ação tem como objetivo identificar outros
integrantes do grupo criminoso e coletar provas de outros delitos, como lavagem
de dinheiro”. Os policiais aprenderam maços de dinheiro, relógios e joias.
Ostentação
No Instagram, o perfil Gui Polêmico tem 4,6 milhões de seguidores. A página oferece links para prêmios e sorteios. Almeida do Grau também usa a rede social para divulgar informações sobre sorteios. Em uma publicação na manhã desta quarta-feira, ele diz que “está tudo bem” e “já já vai prestar uma declaração”. Ele compartilhou ainda o endereço de um perfil que mostra sorteios de alguns bens e afirmou que “todos os nossos prêmios foram entregues”.
Os perfis de
Almeida do Grau e Gui Polêmico têm publicações que ostentam carros de luxo. Um
deles com o capô coberto por notas de R$ 100. Também é possível encontrar
postagem de pessoas reclamando que “compraram cotas que não aparecem”. “Eles
nem respondem”, complementa outro usuário.
Em um vídeo,
Gui anuncia a rifa de uma BMW X1, avaliada em R$ 300 mil, por R$ 0,10. Outro
post anuncia uma rifa de R$ 0,02 para um prêmio de R$ 50 mil. A mesma
publicação tem uma resposta de uma pessoa que se sentiu enganada. “Eu ganhei o
bilhete premiado e até hoje não entraram em contato comigo”, se queixa.
Os
investigados respondem pelos crimes de jogo de azar, crime contra a economia
popular e associação criminosa. A Agência Brasil fez contato com os três
influenciadores e aguarda posicionamento.
Edição: Aline Leal