Biden sanciona lei que pode banir TikTok nos EUA
Biden sanciona lei que pode banir TikTok nos EUA
Projeto de lei ordena que rede social seja vendida para uma empresa de confiança dos americanos em até meados de janeiro de 2025.
Por g1
O presidente dos EUA, Joe Biden, sancionou nesta quarta-feira (24) um projeto de lei que ordena que o TikTok, controlado pela empresa chinesa ByteDance, tenha um novo dono nos Estados Unidos.
Com isso, a
ByteDance terá 270 dias (até meados de janeiro) para encontrar um comprador
para a operações do TikTok no país. Esse prazo poderá ser renovado por mais 90
dias. Caso contrário, a rede social terá que deixar o mercado americano.
Após a
assinatura de Biden, Shou Zi Chew, presidente-executivo do TikTok, disse que
“os fatos e a Constituição estão do nosso lado” e que espera reverter
a decisão (leia abaixo).
“Esta
proibição devastaria 7 milhões de empresas e silenciaria 170 milhões de
americanos”, disse a empresa em comunicado no X, antigo Twitter (leia a
íntegra).
A proposta
de banir o TikTok nos EUA surgiu com o ex-presidente Donald Trump. Hoje, no
entanto, em plena campanha eleitoral, o republicano tem outro discurso e diz
que os “jovens podem ir à loucura” com a proibição. Segundo ele,
“há muita coisa boa e muita coisa ruim” com a plataforma. Ele também
diz que não deseja fortalecer o Facebook com o banimento da rede chinesa.
Os EUA
alegam que o TikTok coleta dados confidenciais de americanos e que isso
representa um risco à segurança nacional.
O país teme
que a China possa usar as informações de mais de 170 milhões de usuários
americanos da plataforma para atividades de espionagem. O TikTok, por sua vez,
nega a acusação.
No sábado
(20), a Câmara dos Estados Unidos aprovou a nova versão de lei por 360 votos a
58. O novo texto dava mais tempo para o TikTok encontrar um comprador. O Senado
deu aval para o PL na noite desta terça-feira (23) e, para valer, só dependia
da sanção de Biden.
Caso a
empresa não cumpra a decisão americana e não encontre um comprador, as big
techs Apple e Google terão que remover o TikTok de suas lojas de aplicativo,
App Store e Play Store, respectivamente.
O
presidente-executivo do TikTok, Shou Zi Chew, disse após a sanção de Biden que
a empresa espera vencer uma contestação judicial contra a legislação.
“Fiquem
tranquilos, não vamos a lugar algum”, disse ele em um vídeo postado
momentos depois que Biden sancionou a lei. “Os fatos e a Constituição
estão do nosso lado e esperamos prevalecer novamente”, completou.
Pressão
sobre o TikTok nos EUA é antiga
O TikTok
está na mira de autoridades americanas desde o governo Trump. Em 2020, o então
presidente tentou impedir que novos usuários baixassem o TikTok e planejava
banir as operações do app, mas perdeu uma série de batalhas judiciais sobre a
medida.
Além do
TikTok, o bloqueio incluiu o We Chat, uma espécie de “WhatsApp”
chinês.
A ByteDance
negou as acusações de Trump, dizendo armazenar os dados de usuários
norte-americanos fora da China: nos EUA e em Singapura.
Em 2021, Joe
Biden assinou uma ordem executiva (uma espécie de decreto) que reverteu a
decisão do antecessor de banir o TikTok e o WeChat. Mas determinou que o
Departamento de Comércio do EUA investigasse como os aplicativos lidam com os
dados dos usuários.
O que diz
o TikTok
“Esta
lei inconstitucional é uma proibição do TikTok e iremos contestá-la em
tribunal. Acreditamos que os fatos e a lei estão claramente do nosso lado e que
acabaremos por prevalecer.
O fato é que
investimos milhões de dólares para manter os dados dos EUA seguros e a nossa
plataforma livre de influências e manipulações externas.
Esta
proibição devastaria 7 milhões de empresas e silenciaria 170 milhões de
americanos. À medida que continuamos a desafiar esta proibição
inconstitucional, continuaremos a investir e a inovar para garantir que o
TikTok continue a ser um espaço onde os americanos de todas as esferas da vida
possam vir com segurança para compartilhar as suas experiências, encontrar
alegria e ser inspirados.”