Agência Moody’s melhora perspectiva da nota de crédito do Brasil
Agência Moody’s melhora perspectiva da nota de crédito do Brasil
Apesar de manter nota, agência sinalizou que pode elevá-la no futuro.
Publicado por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil – Brasília
A agência de classificação de riscos Moody´s revisou para cima a perspectiva da nota de crédito do Brasil, nesta quarta-feira (1º). Atualmente, o nível (rating) do país é Ba2, que indica um risco maior para investimentos estrangeiros. A instituição manteve a nota, mas mudou a perspectiva da avaliação de “estável” para “positiva”, sinalizando que pode elevar esse rating no futuro.
De acordo
com o Tesouro Nacional, essa decisão é a primeira movimentação da Moody’s desde
2018, quando houve a mudança de perspectiva de negativa para estável, e
“reforça a melhoria na trajetória da nota de crédito verificada desde 2023”,
com a elevação do rating pela Standard & Poor’s e pela Fitch. As três
instituições compõem as agências de riscos mais conceituadas do mercado.
“Ocorrendo a
efetivação da mudança da nota de crédito, o Brasil estará a um degrau de voltar
a possuir grau de investimento, um marco significativo para os indicadores de
estabilidade econômica do país”, explicou o Tesouro, nesta quarta-feira.
O grau de
investimento funciona como um atestado de que os países não correm risco de dar
calote na dívida pública. Abaixo dessa categoria, está o grau especulativo,
cuja probabilidade de deixar de pagar a dívida pública sobe à medida que a nota
diminui.
A classificação de risco por agências estrangeiras representa uma medida de confiança dos investidores internacionais na economia de determinado país. As notas servem como referência para os juros dos títulos públicos, que representam o custo para o governo pegar dinheiro emprestado dos investidores. As agências também atribuem notas aos títulos que empresas emitem no mercado financeiro, avaliando a capacidade de as companhias honrarem os compromissos.
Nas redes
sociais, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a revisão da
Moody’s é o reconhecimento da mudança da melhora das perspectivas econômicas
brasileiras. “Isso tem a ver com o trabalho conjunto dos três Poderes, que
colocaram os interesses do país acima de divergências superáveis. Mesmo com a
deterioração momentânea da economia global, o Brasil caminha e recupera
credibilidade econômica, social e ambiental. Temos muito a fazer!”, disse.
De acordo
com o Tesouro Nacional, o comunicado da Moody’s destaca a melhora na
perspectiva do crescimento do país, após sucessivas reformas estruturais e
salvaguardas institucionais “que reduzem a incerteza sobre a direção futura das
políticas públicas”. Entre as reformas citadas, a agência enfatiza a
importância da reforma tributária em curso e da consolidação fiscal, do
equilíbrio das contas públicas.
Ao manter o
rating Ba2, a Moody´s ainda aponta riscos diante do nível elevado de
endividamento do Brasil. A agência enfatizou a importância da manutenção da
credibilidade do arcabouço fiscal para a “redução das incertezas a respeito da
trajetória fiscal”.
“Dessa
forma, a agência espera que o crescimento robusto, em conjunto com progresso
contínuo na consolidação fiscal, possibilite a estabilização da dívida do
país”, avaliou o Tesouro, citando ainda o destaque da agência para a agenda de
transição energética do governo que, “com o objetivo de atrair investimentos
privados para projetos de energia limpa, pode também contribuir para alavancar
o crescimento”.
“O
Ministério da Fazenda reafirma o compromisso do país com uma trajetória
sustentável para as contas públicas, combinando esforços para melhorar a
arrecadação e para conter a dinâmica das despesas”, afirmou, na nota do Tesouro
Nacional.
“O melhor
balanço fiscal do governo levará à redução das taxas de juros e à melhoria das
condições de crédito. Desta forma, serão criadas as condições para a ampliação
dos investimentos públicos e privados e a geração de empregos, aumento da renda
e maior eficiência econômica, elementos essenciais para o desenvolvimento
econômico e social do Brasil”, completou a pasta.
Edição:
Juliana Andrade