Análise: estratégia de António não funciona, e Corinthians paga caro por abrir mão do ataque
Análise: estratégia de António não funciona, e Corinthians paga caro por abrir mão do ataque
Treinador monta linha com cinco jogadores na defesa, mas não consegue parar o Flamengo.
Por Emilio Botta — São Paulo
A derrota
por 2 a 0 sofrida pelo Corinthians contra o Flamengo, no último sábado, no
Maracanã, pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro, diz muito sobre o
comportamento e a postura que se espera de um jogo entre dois grandes clubes.
Mas isso pôde ser visto apenas do lado vencedor.
António
Oliveira mudou a formação, tirou um atacante e jogou com três zagueiros com a
clara intenção de se defender. O Corinthians quase não atacou, foi sufocado
quando o Flamengo pressionou e viu o rival vencer sem tanto esforço.
O Timão, é
importante sempre ressaltar, está longe de ter as peças que Tite possui para
escolher a montagem do seu elenco. Mesmo assim, abrir mão de tentar combater
isso é também aceitar ser derrotado jogando em um Maracanã lotado. E assim
aconteceu.
O sinal de
alerta foi ligado. Depois de seis rodadas disputadas, o Corinthians soma apenas
cinco pontos e está cada vez mais próximo da zona de rebaixamento. Foram três
derrotas, dois empates e apenas uma derrota, com três gols marcados (todos na
vitória contra o Fluminense) e cinco sofridos.
Sufoco e
única chance
Sem Raniele,
suspenso, António Oliveira optou por um time mais consistente defensivamente.
Para isso, abriu mão de um atacante e escalou o time com três zagueiros, com
Gustavo Henrique formando a linha com Félix Torres e Cacá.
Com mais
liberdade, Paulinho quase abriu o placar aos três minutos de jogo. O volante
desviou escanteio cobrado por Fagner na primeira trave e obrigou o goleiro do
Flamengo a fazer grande defesa.
Mesmo
pressionando a saída de bola do time adversário, o Corinthians sofreu com a
pressão inicial do Flamengo, com direito a bola na trave em chute de Ayrton
Lucas.
Sem a bola,
cinco jogadores formaram uma linha defensiva: Fagner, Félix Torres, Gustavo
Henrique, Cacá e Hugo. Breno Bidon e Paulinho reforçaram a entrada da área, com
Wesley, Garro e Romero fazendo outra linha de combate.
Com grandes
defesas em três chegadas do Flamengo, Carlos Miguel acabou deixando passar
chute de Pedro e viu cair por terra, ainda aos 19 minutos, a estratégia
defensiva do Corinthians.
Apenas aos
44 minutos Wesley teve uma jogada mano a mano contra os defensores do Flamengo,
evidenciando a inoperância do setor.
O primeiro
tempo terminou com apenas quatro finalizações do Corinthians, que viu o
Flamengo arriscar 14 vezes e sair com a vitória parcial. A estratégia de
António Oliveira não deu certo.
Mudou,
mas não mudou…
António
mexeu no intervalo. Paulinho deixou o campo para a entrada de Yuri Alberto. Nos
primeiros minutos, a mudança surtiu efeito.
Com mais
presença ofensiva, o Corinthians quase empatou em sequência de lances.
Primeiro, Yuri Alberto desviou falta cobrada por Rodrigo Garro. Na sequência,
Cacá aproveitou o rebote para dar chute forte. Ambas finalizações foram
defendidas por Rossi.
No melhor
momento do Corinthians na partida, um o balde de água fria atingiu a equipe.
Cacá foi desarmado na saída de bola por Gerson, que rolou para Lorran bater na
saída de Carlos Miguel.
António
Oliveira voltou a mexer apenas aos 29 minutos, com as entradas de Gustavo
Mosquito e Igor Coronado nos lugares de Romero e Cacá, respectivamente. No
primeiro lance, o meia errou desperdiçou boa chance.
Sem efeito
nas mudanças, o técnico português ainda colocou em campo Léo Mana, Guilherme
Biro e Gustavo Mosquito. O Corinthians ficou mais tempo no ataque, mas sem
conseguir mudar o panorama e evitar a terceira derrota em seis rodadas.