Atividade econômica tem alta de 1,08% no primeiro trimestre
Atividade econômica tem alta de 1,08% no primeiro trimestre
Em doze meses, o indicador ficou positivo em 1,68%, diz BC.
Publicado por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil – Brasília
A atividade
econômica brasileira registrou alta no primeiro trimestre deste ano, de acordo
com informações divulgadas, nesta quarta-feira (15), pelo Banco Central (BC). O
Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) teve aumento de 1,08% de janeiro a
março em relação ao trimestre anterior (outubro a dezembro de 2023), de acordo
com dados dessazonalizados (ajustados para o período).
Em
comparação ao primeiro trimestre de 2023, a alta foi de 1,04% (sem ajuste para
o período, já que a comparação é entre meses iguais).
Considerando
apenas o mês de março de 2024, o IBC-Br teve retração de 0,34%, atingindo
147,96 pontos, dados dessazonalizados. Na comparação com o mesmo mês de 2023,
houve queda de 2,18% (sem ajuste para o período). No acumulado em 12 meses, o
indicador ficou positivo em 1,68%.
O IBC-Br é
uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica do país e ajuda o BC a
tomar decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic, definida atualmente em
10,5% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. O índice
incorpora informações sobre o nível de atividade de setores da economia –
indústria, comércio e serviços e agropecuária –, além do volume de impostos.
Taxa
básica
A Selic é o
principal instrumento do BC para alcançar a meta de inflação. Quando o Copom
aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e
isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e
estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas ajudam a redução da
inflação, mas também podem dificultar a expansão da economia.
O
comportamento dos preços já fez o BC cortar os juros pela sétima vez.
Entretanto, a alta recente do dólar e o aumento das incertezas levaram o Copom
a diminuir o ritmo do corte, que vinha sendo de 0,5 ponto percentual, para 0,25
ponto percentual.
Em ata da
última reunião, o Copom mostrou preocupação com as expectativas de inflação
acima da meta e, em meio a um cenário macroeconômico mais desafiador do que o
previsto anteriormente, não prevê novos cortes na taxa Selic, os juros básicos
da economia. Para os membros do colegiado, a extensão e a adequação de ajustes
futuros na taxa “serão ditadas pelo firme compromisso de convergência da
inflação à meta”.
Apesar dos
desafios, o Copom reconhece que o cenário do mercado de trabalho e a atividade
econômica brasileira apresentaram um desempenho mais dinâmico do que o esperado
no primeiro trimestre de 2024. Esse crescimento, impulsionado principalmente
pelo setor de serviços, contribuiu para a decisão de reduzir a taxa Selic,
ainda que em um ritmo mais lento.
De março de
2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, em um
ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos,
de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a
taxa foi mantida em 13,75% ao ano, por sete vezes seguidas. Com o controle dos
preços, o BC passou a realizar os cortes na Selic.
Antes do
início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível
mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração
econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a
taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da
história de agosto de 2020 a março de 2021.
Produto
Interno Bruto
Divulgado
mensalmente, o IBC-Br emprega uma metodologia diferente da utilizada para medir
o Produto Interno Bruto (PIB), que é o indicador oficial da economia
brasileira. Segundo o próprio BC, o índice “contribui para a elaboração de
estratégia da política monetária” do país, mas “não é exatamente uma prévia do
PIB.”
O PIB é a
soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país. Superando as
projeções, em 2023, a economia brasileira cresceu 2,9%, com um valor total de
R$ 10,9 trilhões, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Em 2022, a taxa de crescimento havia sido 3%.
A próxima
divulgação do PIB, com o resultado do primeiro trimestre de 2024, está previsto
para o dia 4 de junho.
Edição:
Aécio Amado