Nível do Guaíba cai abaixo de 4 metros pela 1ª vez em 19 dias
Nível do Guaíba cai abaixo de 4 metros pela 1ª vez em 19 dias
Régua no cais Mauá marca 3,92 metros nesta quarta-feira (22). Nível ainda acima da cota de inundação, que é de 3 metros. Água recuou em bairros da cidade, permitindo que população voltasse para casa – deixando estragos para trás.
Por g1 RS
O nível do
Guaíba, em Porto Alegre, caiu para 3,99 metros às 23h30 de terça-feira (21),
conforme medição feita pela Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA) no
cais Mauá – foi a primeira vez desde 3 de maio, há 19 dias, que o nível ficou
abaixo de 4 metros. Na manhã desta quarta (22), a régua registrava 3,92 metros.
O lago
atingiu nível máximo de 5,35 metros no começo de maio, superando a cheia
histórica de 1941, quando o Guaíba chegou a 4,76 metros.
Com isso,
ele transbordou e invadiu bairros da cidade, expulsando pessoas de casa, após
os temporais que assolaram o estado a partir do fim de abril. Em todo o RS, 161
pessoas morreram, 806 ficaram feridas, 82 estão desaparecidas e há mais de
653,1 mil fora de casa, conforme levantamento mais recente da Defesa Civil
estadual.
As regiões Norte, Central e Sul da Capital alagaram. As áreas mais pobres foram as mais atingidas na cidade, conforme estudo do Estudo do Observatório das Metrópoles. Parte da população que residia na Região das Ilhas, por exemplo, buscou abrigo em barracas e carros ao longo da parte debaixo da nova ponte do Guaíba.
Regiões em
que os alagamentos não chegavam também inundaram. Foi o caso dos bairros Centro
Histórico, Cidade Baixa e Menino Deus.
Diversos
pontos turísticos da Capital ficaram alagados, como estádios de futebol e o
Mercado Público, além de áreas importantes para a mobilidade, como a estação
rodoviária e o aeroporto.
De acordo
com o Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS), a tendência é que o nível do Guaíba vá baixando de forma
lenta e gradual, ficando acima dos 3 metros, que é a cota de inundação, pelo
menos até meados de junho.
O recuo da
água tem permitido à população voltar às suas casas em algumas regiões. Além
dos prejuízos que sofreram, precisam lidar com a poluição que a enchente deixou
para trás, o que implica em riscos para a saúde pública.