Análise: São Paulo tem queda brusca e postura injustificável contra times (em tese) mais fracos
Análise: São Paulo tem queda brusca e postura injustificável contra times (em tese) mais fracos
Tricolor perde por 4 a 1 para o Vasco depois de derrota no Morumbis para o Cuiabá. As duas equipes chegaram para os jogos bem abaixo na tabela do Brasileirão.
Por Bruno Giufrida — São Paulo
O São Paulo
teve (mais) uma noite irreconhecível no último sábado, em São Januário. Pela
11ª rodada do Campeonato Brasileiro, perdeu por 4 a 1 para o Vasco, que estava
na zona de rebaixamento, e mostrou, mais uma vez, uma postura completamente
diferente da que havia levado o Tricolor a 13 partidas de invencibilidade.
Em outro
duelo contra uma equipe da parte de baixo da tabela de classificação do
Brasileirão, depois da derrota por 1 a 0 para o Cuiabá, no Morumbis, o São
Paulo mostrou muito menos qualidade e empenho do que já teve nesta temporada. A
falta de combatividade diante do Vasco, assim como já havia sido na
quarta-feira, chamou atenção.
O São Paulo,
que antes não perdia havia 13 jogos, já está há quatro sem vencer. Empatou em 0
a 0 com o Internacional e em 2 a 2 com o Corinthians e perdeu por 1 a 0 para o
Cuiabá e por 4 a 1 para o Vasco. Nas últimas três partidas, o mesmo ponto de
desequilíbrio foi crucial para os resultados ruins: a impressão de que poderia
vencer a qualquer momento, com pouco custo.
No clássico
contra o Corinthians, o São Paulo abriu o placar, levou o empate, voltou a
ficar à frente e levou outro empate. No segundo tempo, não soube aproveitar a
vantagem de ter um jogador a mais.
Depois,
contra o Cuiabá, no Morumbis, o técnico Luis Zubeldía se mostrou incomodado, na
entrevista coletiva, com tudo o que o São Paulo tinha feito em campo. O
treinador assumiu sua parcela de culpa e sequer quis analisar o Tricolor
taticamente, tamanha a decepção com a atuação na derrota por 1 a 0.
Em São
Januário, o nível do time foi ainda mais baixo. O São Paulo abriu o placar e
parecia dominar a partida. Tinha espaço, não corria riscos e dava sinais de que
teria tranquilidade. Parece, porém, que os jogadores acreditaram muito nisso.
Luis
Zubeldía levou o São Paulo a campo num 4-1-3-2. Com apenas Luiz Gustavo como
opção para atuar como volante, já que Alisson, além dos demais desfalques de
Pablo Maia e Bobadilla, estava suspenso pelo terceiro cartão amarelo. O
treinador optou por ser mais ousado. Parecia que daria certo, mas durou pouco.
Num lance
antes do gol de empate do Vasco, o Tricolor teve a bola para puxar
contra-ataque com Rodrigo Nestor. No meio, Lucas pedia. Mas o meia preferiu
recuar. A bola voltou até Jandrei, que, pressionado, lançou mal (como em outros
diversos momentos nos últimos jogos). Pouco tempo depois, o Cruz-Maltino
empatou.
Esse lance
exemplifica bem a postura injustificável do São Paulo nas últimas partidas.
Contra o Corinthians, ao abrir o placar antes dos cinco minutos do primeiro
tempo, o Tricolor dava sinais de que poderia até golear o rival, mas se acuou e
deixou a Neo Química Arena com um empate.
Diante do
Vasco, o placar foi muito menos generoso com o São Paulo. As substituições de
Luis Zubeldía, no intervalo, não surtiram efeito. Welington entrou no lugar de
Patryck para melhorar a marcação pelo lado esquerdo, mas não fez quase nada
diferente do garoto. Wellington Rato, pela direita, não deu um trabalho sequer
para o Vasco.
O São Paulo
alcançou a marca de 13 partidas seguidas sem perder e chegou a brigar pela
ponta do Campeonato Brasileiro. Hoje, com a injustificável postura nas últimas
rodadas, já está em oitavo lugar. Longe do objetivo de, quem sabe, brigar pelo
título. Com o futebol praticado, porém, vai ser difícil.