Após semanas em alta, mercado financeiro reduz expectativa de inflação para 2024
Após semanas em alta, mercado financeiro reduz expectativa de inflação para 2024
Corte na projeção vem depois do resultado positivo para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em junho.
Por Laís Corregosa, g1 — Brasília
Após nove
semanas em alta, os economistas do mercado financeiro reduziram a expectativa
de inflação para 2024. A estimativa consta em relatório do Banco Central
divulgado nesta segunda-feira (15).
Agora, a
previsão é que a inflação alcance 4% neste ano. Na última semana, os
economistas previam alta de 4,02%.
O corte na
projeção vem depois do resultado positivo para o Índice de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA) em junho. O indicador que mede a inflação apresentou aumento de
0,21% no mês, abaixo das expectativas.
O resultado
apresentou uma desaceleração do IPCA, já que o indicador havia fechado maio com
alta de 0,46%.
A projeção
do mercado financeiro de 4% em 2024 está dentro do intervalo da meta, que é de
3% neste ano, e será considerada formalmente cumprida se o índice oscilar entre
1,5% e 4,5% em 2024.
Dólar
O mercado
financeiro elevou a projeção de cotação do dólar ao final de 2024, que deve
ficar em R$ 5,22. Foi um aumento de dois centavos em relação à semana anterior.
O dólar vem
em alta desde meados de abril, mas atingiu o seu pico no início de julho, ao
alcançar R$ 5,70.
Isso ocorreu
em meio à incerteza com a situação das contas públicas e declarações do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra o presidente do Banco Central,
Roberto Campos Neto.
Lula foi
alertado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e por integrantes da equipe
econômica do governo de que as falas poderiam gerar um aumento da inflação.
Diante disso, o presidente recuou, mudou de tom, e passou a dizer que tem
compromisso com o controle de gastos.
Atividade
econômica
Os analistas
ouvidos pelo Banco Central também aumentaram a estimativa de Produto Interno
Bruto (PIB ) para 2024, com um aumento de 2,11% em relação a 2023.
O PIB é a
soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O indicador serve para
medir a evolução da economia.
Já para 2025
a projeção é de alta de 1,97%, que se manteve estável em relação à última
semana.
Juros
A taxa
básica de juros da economia, a Selic, também apresentou estabilidade. Ela deve
ficar em 10,5% até o final de 2024, segundo as estimativas do mercado.
A Selic é
definida pelo Banco Central, e atualmente está no patamar de 10,5%, depois de
sete reduções seguidas.
A taxa de
juros é a principal fonte de críticas de Lula a Campos Neto. O presidente
defende uma redução na Selic, usada como um instrumento de controle da
inflação.