Israel bombardeia escolas que abrigavam refugiados em Gaza e mata 30 pessoas, dizem autoridades locais
Israel bombardeia escolas que abrigavam refugiados em Gaza e mata 30 pessoas, dizem autoridades locais
O Hamas, que controla o território, acusa Israel de intensificar ataques nos últimos dias para tentar atrapalhar as negociações de um cessar-fogo.
Por g1
Um ataque
israelense a uma escola administrada pela Organização das Nações Unidas (ONU)
em Gaza matou 22 pessoas e deixou mais de 80 feridas no campo de refugiados de
Nuiserat, na região central de Gaza, na segunda-feira (15). Nesta terça (16),
outros oito palestinos foram mortos em um ataque a outra escola na mesma
região.
As
informações são do Ministério das Saúde do território, controlado pelo Hamas.
Segundo um
porta-voz do grupo, a escola Abu Oraiban, alvo da segunda-feira, abrigava
milhares de refugiados. Já os militares israelenses afirmam que o local
abrigava terroristas. Nesta terça, o alvo foi a escola Al-Awda.
De acordo
com a rede de TV AL Jazeera, do Catar, este foi o sexto bombardeio de Israel a
escolas que estão funcionando como abrigos de civis em um intervalo de nove
dias.
Território
devastado
Apenas nesta
terça, as Forças de Defesa de Israel mataram 30 pessoas em bombardeios nas
regiões sul e central de Gaza, em um dia de intensos ataques no território
palestino já devastado pela campanha militar.
O Hamas
acusa Israel de intensificar os ataques para tentar atrapalhar os esforços dos
mediadores árabes e dos Estados Unidos para chegar a um acordo de cessar-fogo.
Israel afirma que está tentando eliminar os combatentes do Hamas.
Em Rafah,
cidade na fronteira sul onde as forças israelenses estão operando desde maio,
cinco palestinos foram mortos em um ataque aéreo a uma casa. Na vizinha Khan
Younis, um homem, sua esposa e dois filhos foram mortos.
Já no campo
de refugiados de Nuseirat, na região central de Gaza, pelo menos quatro
palestinos morreram em bombardeios e ataques aéreos separados, segundo os
médicos. Um ataque aéreo israelense matou quatro pessoas em Sheikh Zayed, no
norte de Gaza, segundo eles.
Os militares
israelenses disseram que as tropas continuavam as atividades “baseadas em
inteligência” em Rafah, e que os ataques aéreos tiveram como alvo
militantes, túneis e outras infraestruturas militares do Hamas.
A Força
Aérea israelense atacou cerca de 40 alvos em todo o enclave, incluindo postos
de observação e de atiradores, estruturas militares e edifícios equipados com
explosivos.
Os grupos
Hamas e Jihad Islâmica disseram que seus combatentes atacaram as forças
israelenses em vários locais com foguetes antitanque e bombas de morteiro.
O braço
armado da Jihad Islâmica afirmou ter disparado mísseis contra Sderot, no sul de
Israel. Não houve registro de mortes ou danos graves.
Guerra em
Gaza
Israel
prometeu erradicar o Hamas depois que seus militantes mataram 1.200 pessoas e
fizeram mais de 250 reféns em um ataque terrorista às comunidades do sul de
Israel no dia 7 de outubro, de acordo com os registros israelenses.
Mais de
38.000 palestinos foram mortos na ofensiva de retaliação de Israel, segundo as
autoridades de saúde em Gaza, grande parte da qual foi devastada. Israel também
afirma que 326 de seus soldados foram mortos em Gaza.