Joe Biden começa a se mostrar ‘mais receptivo’ a ouvir apelos para desistir da reeleição, diz jornal
Joe Biden começa a se mostrar 'mais receptivo' a ouvir apelos para desistir da reeleição, diz jornal
Presidente ainda não concorda com a ideia de deixar a disputa, mas passou a ouvir argumentos, segundo o 'The New York Times'. Pressão aumentou após desempenho ruim em debate, gafes e atentado a Trump.
Por g1
O presidente
dos Estados Unidos, Joe Biden, está “mais receptivo” a ouvir apelos
para desistir da campanha de reeleição, informou o jornal “The New York
Times na madrugada desta quinta-feira (18). Fontes do Partido Democrata
afirmaram que lideranças tiveram conversas particulares com Biden.
Apesar de se
mostrar mais receptivo, as fontes afirmaram que Biden ainda não deu nenhum
indicativo de que possa deixar a disputa. As eleições estão marcadas para
novembro. Ao contrário de Donald Trump, o presidente ainda não foi oficializado
candidato pelo partido em convenção.
Segundo o
jornal, uma pessoa próxima ao presidente disse que é errado dizer que ele está
tendendo a ser convencido de desistir, mas que o democrata está disposto a
ouvir argumentos.
Biden poderia estar assumindo uma postura diferente da que adotou os últimos dias. No início de julho, por exemplo, ele enviou uma carta a deputados para responder os pedidos de desistência, dizendo que era “hora de acabar com isso”.
Na
quinta-feira (17), Biden recebeu o senador Chuck Schumer e o deputado Hakeem
Jeffries. Os dois são os principais líderes democratas no Congresso. Ambos
demonstraram ao presidente preocupação com a campanha.
A Casa
Branca chegou a comentar a repercussão do encontro com os líderes democratas.
Segundo um porta-voz do governo, Biden disse aos congressistas que “é o
nomeado do partido e planeja vencer”.
Além disso,
a rede americana CNN afirmou que Biden também conversou recentemente com Nancy
Pelosi, ex-presidente da Câmara dos Deputados dos EUA. Na conversa, Pelosi
disse a Biden que ele poderia destruir as chances de os democratas serem
maioria na Câmara.
De acordo
com a reportagem, Pelosi afirmou ainda que as pesquisas indicam que Biden não
pode derrotar Trump. O presidente, por outro lado, adotou uma postura mais
defensiva e disse que alguns levantamentos o colocavam como favorito na
disputa.
Em
entrevistas e falas recentes, Biden chegou a levantar três hipóteses para a
desistência. São elas:
intervenção
divina;
se o time
dele disser que ele não pode vencer;
recomendação
médica por condição séria de saúde.
Adiantamento
de nomeação e pressão
Os
democratas planejam adiantar a oficialização da candidatura de Biden à Casa
Branca por meio de uma votação virtual. O evento deve acontecer na primeira
semana de agosto, segundo uma carta obtida pela Associated Press nesta
quarta-feira.
A
movimentação ocorre após a oficialização de Donald Trump como candidato
republicano à Casa Branca.
Caso isso
aconteça, a nomeação de Biden ocorrerá antes do previsto. Normalmente, a
formalização é feita somente durante a Convenção Nacional Democrata — marcada
para começar no dia 19 de agosto.
Ao mesmo
tempo, uma nova pesquisa indica que quase dois terços dos eleitores democratas
(65%) querem que Biden desista da candidatura. A consulta foi realizada pelo
Centro de Pesquisa de Assuntos Públicos AP-NORC. A maioria das entrevistas foi
realizada antes do atentado contra Trump.
Apesar do
aumento da pressão para que Biden desista de concorrer à reeleição, a pesquisa
de intenção de voto mais recente realizada pela Ipsos indica que Trump e Biden
estão empatados tecnicamente, com 43% e 41%, respectivamente.