Haddad pede ‘parcimônia’ à equipe da Fazenda ao revisar projeção de crescimento econômico
Haddad pede 'parcimônia' à equipe da Fazenda ao revisar projeção de crescimento econômico
Ministro citou impacto financeiro das enchentes do Rio Grande do Sul como motivo para o pedido. Gasto não impacta meta fiscal, mas pode afetar crescimento geral da economia.
Por Lais Carregosa, g1 — Brasília
O ministro
da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira (18) que pediu
“parcimônia” de sua equipe na revisão da expectativa de Produto
Interno Bruto (PIB) em 2024, diante do impacto das enchentes no Rio Grande do
Sul.
“Eu
estou pedindo parcimônia da Secretaria de Política Econômica na revisão de PIB,
fazer com bastante cuidado. Nós estamos recebendo informações e dados que
sustentariam uma reprojeção, mas pedi cautela, para avaliar bem se essa
reprojeção deve ser feita”, declarou.
Haddad
ressaltou que “os dados da economia estão vindo muito bem, consistentes e
com baixa pressão nos preços, o que é ótimo, crescer com inflação
controlada”.
A Secretaria
de Política Econômica apresenta, na tarde desta quinta-feira (18), o Boletim
Macrofiscal. O relatório bimestral traz projeções do PIB e inflação para o ano.
Na última
divulgação do boletim, em maio, a equipe da Fazenda aumentou a projeção de PIB
para 2,5% neste ano, em relação a 2023.
Contudo, o
cálculo não considerou o impacto financeiro do desastre no Rio Grande do Sul,
que enfrentou fortes chuvas e enchentes no entre abril e maio deste ano.
Na ocasião,
o governo disse que “a magnitude do impacto depende da ocorrência de novos
eventos climáticos, de transbordamentos desses impactos para estados próximos e
do efeito de programas de auxílio fiscal e de crédito nas cidades atingidas
pelas chuvas”.
O PIB do Rio
Grande do Sul tem peso de aproximadamente 6,5% no PIB nacional. Em maio, a
estimativa era que as chuvas levariam a perdas na economia principalmente no
segundo trimestre, que seriam compensadas ao longo do ano.
Segundo a
área econômica, atividades ligadas à agropecuária e à indústria de
transformação deveriam ser as mais impactadas.
Por causa
das fortes chuvas no estado, o governo federal abriu crédito extraordinário
para o Rio Grande do Sul e lançou linhas de crédito para empreendedores,
financiamento de casas pelo Minha Casa Minha Vida, e outros programas de
assistência.