Veja o que disseram os cinco presos suspeitos de envolvimento na infecção por HIV de transplantados no Rio
Veja o que disseram os cinco presos suspeitos de envolvimento na infecção por HIV de transplantados no Rio
Última a ser presa, Adriana Vargas disse que não sabia de fraude e que não ordenou que controle de qualidade passasse de rotina diária para semanal. Segunda fase de investigação teve ainda oito mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Civil.
Por Leslie Leitão, Guilherme Peixoto, g1 Rio e TV Globo
Cinco
pessoas foram presas até esta segunda-feira (21) na investigação que apura a
emissão de laudos falsos que resultaram na infecção por HIV de pacientes transplantados
no Rio de Janeiro.
A última
delas foi Adriana Vargas dos Anjos, coordenadora técnica do Laboratório PCS
Saleme, presa no domingo (20) na segunda fase da investigação da Delegacia do
Consumidor (Decon).
De acordo
com o delegado Wellington Pereira, responsável pelas investigações, Adriana
negou as acusações de fraude. No entanto, segundo ele, há muitos elementos para
contradizer a suspeita:
”
Infelizmente, ela ratificou o depoimento anterior, mas encontramos três
computadores, quatro telefones. Pode ser que lá a gente encontre outras
informações importantes para a investigação”, disse o delegado.
Ao todo, a
2ª fase da “Operação Verum” cumpriu 1 mandado de prisão e 8 de buscas
e apreensão.
Presa diz que falha foi humana
Ao ser
questionada por jornalistas sobre a falha que levou à contaminação por HIV de,
pelo menos, seis pacientes transplantados, Adriana respondeu:
“Humana”. Indagada sobre de quem seria a responsabilidade, disse
apenas que: “Quem realizou o exame já está sendo punido”.
Em seu
depoimento na última semana, Adriana afirmou que não assinava os laudos e que
não sabia das obrigações contratuais da PCS Saleme.
Ela foi
acusada por Ivanilson Santos, preso na segunda-feira, de ter dado a ordem para
economizar no controle de qualidade.
Adriana
disse que sua tarefa era apenas supervisionar os técnicos, que nunca soube de
mudanças nos protocolos de controle de qualidade e que nunca deu ordem para que
esse controle fosse semanal.
Outros depoimentos
O biólogo
aposentado disse que só foi contratado verbalmente e que foi substituído no dia
20 de janeiro de 2024 com a chegada da nova coordenadora Adriana Vargas dos
Anjos. O primeiro exame com o falso negativo foi feito de três dias depois, em
23 de janeiro.
Cléber
também informou que durante sua gestão como coordenador sempre exigiu que fosse
feito o controle de qualidade dos equipamentos diariamente.
Jaqueline
Iris Bacellar de Assis afirmou que foi o próprio Walter Vieira, dono da clínica
que foi o primeiro a ser preso, que deu ordem a todos os setores para
economizar custos e que a ordem era que a calibragem dos aparelhos, que deve
ser diária, fosse feita uma vez por semana, o que compromete a segurança e a
qualidade dos resultados.
Bacellar,
que se entregou na terça-feira e também está presa, disse que os funcionários
do PCS Saleme souberam antes de uma fiscalização da Vigilância Sanitária na
sala dentro do Instituto Estadual de Cardiologia (Iecac). Ela disse que soube
no dia 5 de outubro, através de um grupo de Whatsapp, e que tudo foi arrumado
para que a fiscalização tivesse uma boa impressão.