Governo arrecada R$ 203 bilhões em setembro, maior valor para o mês desde 1995
Governo arrecada R$ 203 bilhões em setembro, maior valor para o mês desde 1995
Número é o maior da série histórica para o mês e 11,6% maior que setembro de 2023. Alta nos salários, nas importações e no preço dos combustíveis são alguns fatores, diz Receita.
Por Lais Carregosa, g1 — Brasília
O governo
arrecadou R$ 203 bilhões em setembro, segundo dados divulgados pela Receita
Federal nesta terça-feira (25). É o maior valor para o mês desde o início da
série histórica, em 1995.
A
arrecadação de setembro de 2024 foi 11,6% maior que a do mesmo período de 2023,
em valores atualizados pela inflação.
Além do
recorde para o mês, o total arrecadado em nove meses também é o maio da série
histórica. De janeiro a setembro, o governo arrecadou aproximadamente R$ 1,96
trilhão.
Segundo a
Receita Federal, em setembro, houve maior arrecadação de:
PIS/Pasep e
Cofins, com o aumento no volume de vendas e serviços, alta no setor de
combustíveis, exclusão do ICMS (imposto estadual) da base de cálculo das
contribuições e prorrogação do prazo de recolhimento de tributos no Rio Grande
do Sul;
receita
previdenciária, com o aumento da massa salarial;
imposto
sobre importação e imposto sobre produtos industrializados vinculado à
importação, cuja arrecadação aumentou 44,3%.
Recordes
consecutivos
O governo
tem batido recordes consecutivos na série histórica da arrecadação.
Até o
momento, os meses de janeiro a setembro de 2024 registraram os maiores valores
para os seus respectivos meses na série histórica que começa em 1995.
A
arrecadação recorde acontece depois de o governo aprovar uma série de projetos
no Congresso em 2023, como:
– a
tributação de fundos exclusivos, os “offshores”;
– mudanças
na tributação de incentivos (subvenções) concedidos por estados;
– limitação
no pagamento de precatórios (decisões judiciais), entre outros.
A alta nas
receitas vem em um momento em que o governo tenta cumprir a meta de zerar o
déficit fiscal em 2024 –ou seja, equilibrar receitas e despesas.
Por
enquanto, as medidas do governo têm focado em ajustar as contas pelo lado das
receitas, ou seja, aumentando a arrecadação.
Contudo, a
equipe econômica prepara medidas para reduzir as despesas. Na última semana, a
ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que “chegou a
hora” de levar a sério a revisão de gastos públicos no país.
“Eu e
Haddad autorizamos a equipe a colocar propostas no papel. Segundo momento é
fazer essas medidas chegarem na mesa do presidente Lula. Estamos otimistas de
que esse pacote terá condições de avançar na mesa do presidente. Ideia é logo
após o segundo turno conversar com o presidente Lula”, disse na ocasião.