Análise: Atlético-MG ousa na escalação, atropela o River e encaminha vaga à final da Libertadores

Análise: Atlético-MG ousa na escalação, atropela o River e encaminha vaga à final da Libertadores

Deyverson coloca jogo no bolso, marca dois gols e vira protagonista do Galo na competição continental.

Por André Ribas — Belo Horizonte

Disparidade técnica e tática do primeiro ao último minuto. Atlético-MG e River Plate protagonizaram um duelo — de semifinal de Conmebol Libertadores, de um time só na Arena MRV: o Galo. Um domínio que ficou claro no placar: 3 a 0, e um passo à grande final continental.

Jogos grandes exigem personalidade. E Gabriel Milito mostrou antes mesmo da bola rolar na escalação. Otávio foi para o banco, e Fausto Vera ganhou a vaga para dar maior mobilidade ao meio-campo.

No ataque, Rubens foi sacado da lateral — Arana voltou ao corredor — e Deyverson foi escalado ao lado de Hulk e Paulinho.

A nova formação trouxe características claras a forma de jogar. O camisa nove – centralizado – era procurado a todo momento para ganhar a primeira bola no alto e fazer o ataque andar. Na esquerda, Paulinho ficava mais aberto e fazia dobradinhas com Arana. Pelo lado direito, Hulk chamava a marcação e abria espaço para o ataque.

Foi esse ataque — e o meio mais solto — que deu o comando da partida ao Atlético, desde os primeiros minutos. O gol saiu aos quatro minutos, mas o árbitro marcou impedimento, confirmado pelo VAR. Mas isso já indicou o ritmo da partida.

O roteiro do primeiro gol só reforçou a ideia inicial de Milito. Lyanco fez o lançamento para Hulk pela direita. Ele ganhou do marcador e abriu espaço para Deyverson. O camisa nove dominou, tirou de Armani e abriu a conta na Arena MRV.

Após o gol, o River conseguiu jogar um pouco, trocar passes no meio e ter com Borja chances esporádicas. Do outro lado, o Galo protegia bem sua área, não sofria, mas era cobrado por Milito para não abdicar do ataque.

O Atlético voltou do intervalo com amplo domínio: ganhava os duelos individuais, ficava com a posse e não deixava o adversário pensar em criar. Parecia um jogo de 11 contra 10.

A resposta do Gallardo foi com três mudanças. Funcionou por um tempo. O River conseguiu competir mais no meio, chegar ao ataque, mas só durou nove minutos.

O segundo gol veio em uma troca de passes desde a defesa. Arana foi acionado pela esquerda e puxou a bola por dentro. Deu um toque com classe para Deyverson na área, que finalizou com categoria para vencer Armani.

Nas cordas, o time argentino não teve tempo para reagir. Quatro minutos depois, novo lançamento para Deyverson. O camisa nove dominou e ajeitou para Paulinho na entrada da área. Ele finalizou de primeira e contou com um desvio para fechar o placar. 3 a 0.

O Atlético tratou a semifinal de Libertadores como ela merece, com autoridade. Mostrou respeito ao River ao não temer o adversário e ousar na escalação. A recompensa veio. Uma vaga bem encaminhada à final da Conmebol Libertadores, na casa do River. 

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