Hezbollah confirma morte de Hashem Safieddine, possível sucessor de Nasrallah, número 1 do grupo extremista

Hezbollah confirma morte de Hashem Safieddine, possível sucessor de Nasrallah, número 1 do grupo extremista

Safieddine era primo de Nasrallah e comandava o conselho executivo do grupo extremista, que cuidava de assuntos financeiros e administrativos, antes dos ataques israelenses contra o Líbano.

Por g1

O Hezbollah confirmou nesta quarta-feira (23) a morte de Hashem Safieddine, tido como sucessor de Hassan Nasrallah na chefia do grupo extremista libanês. Israel havia confirmado na terça a morte do terrorista.

Safieddine, que era primo de Nasrallah, estaria incomunicável desde bombardeios no Líbano ocorridos no início do mês, segundo as Forças de Defesa de Israel. Não está claro, porém, quando ele morreu.

Nasrallah morreu após um ataque aéreo israelense contra instalações do Hezbollah em Beirute em 27 de setembro. Ele era o chefe do grupo extremista desde 1992, e o principal rosto do grupo.

Segundo o governo libanês, 28 pessoas morreram no Líbano devido aos bombardeios israelenses nas últimas 24 horas. O total de mortos desde o começo dos conflitos seria 2.574.

 

Quem era Safieddine

Safieddine era da mesma família que Nasrallah e comandava o conselho executivo do grupo extremista, que cuidava de assuntos financeiros e administrativos, antes dos ataques israelenses contra o Líbano. Ele também participava do conselho da Jihad, responsável pelas atividades militares do Hezbollah.

Safieddine assumiu um papel mais proeminente no grupo ao falar em nome do Hezbollah durante o último ano de troca de agressões com Israel, em funerais e outros eventos que Nasrallah costumava evitar por razões de segurança.

Ele foi a primeira autoridade do Hezbollah a falar em público depois que o Hamas, aliado palestino do grupo, atacou o sul de Israel em 7 de outubro de 2023, desencadeando a guerra em Gaza que levou o grupo libanês a um conflito paralelo contra Israel.

Safieddine, que vem de uma proeminente família xiita libanesa, nasceu no sul do país, uma região predominantemente xiita. Ele estudou em seminários religiosos na cidade iraniana de Qom antes de regressar ao Líbano na década de 1990 para assumir responsabilidades de chefia no grupo.

Ele manteve fortes laços com os apoiadores do Hezbollah no Irã. Seu filho, Rida, é casado com a filha do general iraniano Qassem Soleimani, chefe da Força Quds da Guarda Revolucionária do Irã morto por um ataque de drone dos EUA em Bagdá em 2020. Seu irmão, Abdullah, atua como representante do Hezbollah em Teerã.

 

Possível novo chefe

Outra figura cotada para assumir o comando do grupo extremista era Naim Qassem. Antes vice-chefe — e apontado como chefe interino há um mês —, foi ele que fez os discursos televisionados desde a morte de Nasrallah.

Em um discurso de 8 de outubro, Qassem admitiu que o Hezbollah sofreu “golpes dolorosos” de Israel — desde a explosão de pagers e walkie-talkies do grupo até a morte do comandante, passando por bombardeios que mataram outros altos cargos. Mas tentou passar uma imagem de reorganização militar. Ele também disse que apoiaria um cessar-fogo no Líbano.

“Ninguém deve achar que nós abandonaremos nossas posições ou baixaremos as armas”, declarou Qassem. “Gostaria de tranquilizá-los. Nossas capacidades estão boas e o que o inimigo disse sobre nossas capacidades serem afetadas é uma ilusão.”

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