Kamala faz comício na Pensilvânia, e Trump visita três estados-chave; veja como foram as campanhas
Kamala faz comício na Pensilvânia, e Trump visita três estados-chave; veja como foram as campanhas
Pensilvânia dará 19 delegados ao vencedor, maior quantidade entre os estados-chave das eleições nos EUA.
Por g1
Os
candidatos Kamala Harris e Donald Trump têm uma agenda cheia nesta
segunda-feira (4), na véspera das eleições presidenciais nos Estados Unidos.
Com eventos finais de campanha planejados em busca de votos que podem decidir a
disputa, ambos vão à Pensilvânia, estado-chave mais decisivo do pleito.
Kamala e
Trump travam uma disputa acirrada pela Casa Branca, e isso se traduz nas
pesquisas de intenção de voto nos estados-chave da eleição. Eles estão em uma
situação de empate técnico em todos sete estados considerados determinantes
para eleger o vencedor.
O candidato
republicano e ex-presidente Donald Trump fará quatro comícios em três estados
nesta segunda: ele discursou em evento em Raleigh, na Carolina do Norte, e
depois vai para Reading e Pittsburgh, na Pensilvânia. Trump encerra sua
campanha em um evento noturno em Grand Rapids, no Michigan — da mesma forma que
encerrou as duas primeiras.
Já
vice-presidente e candidata democrata Kamala Harris passará o dia todo na
Pensilvânia, cujos 19 votos eleitorais oferecem o maior prêmio entre os estados
que devem decidir o resultado do Colégio Eleitoral. Kamala visitará áreas de
classe trabalhadora, incluindo Allentown, e encerrará com um comício noturno na
Filadélfia, que contará com a presença de Lady Gaga e Oprah Winfrey.
Nas últimas semanas, os candidatos têm concentrado seus esforços de campanha nos estados-chave (Arizona, Carolina do Norte, Geórgia, Pensilvânia, Michigan, Nevada e Wisconsin), com diversos comícios e eventos com indecisos e grupos étnicos segmentados para roubar votos do adversário.
A corrida
eleitoral nas eleições de 2024 foi marcada por momentos-chave em 2024, que
reveleram uma campanha fora do comum, ou “tumultuada”, como chamou o
jornal americano “The New York Times”. Veja alguns desses momentos
decisivos:
Os principais pontos da campanha até
aqui
A campanha
presidencial em 2024 teve uma reviravolta em 27 de junho: o debate travado
entre Donald Trump e o presidente Joe Biden, que encabeçava a chapa democrata
após vencer as primárias do partido sem concorrentes, transmitido pela emissora
CNN.
O presidente
democrata, de 81 anos, teve um desempenho desastroso: estava rouco e hesitante,
se enrolava ao falar e às vezes parecia perdido.
O pânico se
apoderou dos democratas e cresceu de vez a pressão sobre o estado mental de
Biden. Para surpresa de todos, Donald Trump optou pela moderação diante dos
problemas do rival.
Em 13 de
julho, Trump sobreviveu a uma tentativa de assassinato durante um comício na
cidade de Butler, no estado da Pensilvânia. Ele ficou ferido na orelha direita,
ao ser alvejado por tiros disparados por um homem que estava em um telhado.
Com um punho
para cima, ele foi retirado do local por agentes do Serviço Secreto que o
cercaram no palanque, enquanto o murmurava a palavra “Lutem”.
Menos de um
mês após o debate contra Trump, Biden cedeu à pressão e deixou a corrida
presidencial. O presidente imediatamente apoiou sua vice, Kamala Harris, para
assumir a chapa democrata.
Em 10 de
setembro, Donald Trump e Kamala Harris se enfrentaram em seu primeiro e único
debate. O republicano se recusou a participar de outro confronto cara a cara
com a adversária.
A democrata
se impôs, atacando o rival nos temas que mais ferem seu ego: sua capacidade de
mobilização em seus comícios e sua reputação internacional.
Donald Trump
fez seus ataques habituais, particularmente focados no tema migratório e acusou
sua adversária de ser “marxista”.
O momento
alto do debate foi quando o republicano foi desmentido ao vivo quando disse que
imigrantes haitianos estão comendo pets de cidadãos americanos em Springfield,
no estado de Ohio. Ao fim do debate, ele atacou os moderadores, questionando
sua imparcialidade. A alegação de Trump sobre os pets foi falseada por diversas
autoridades.
Embora o
debate tenha sido acompanhado por mais de 67 milhões de telespectadores, não
está claro que tenha tido impacto na campanha. As pesquisas de opinião
antecipam eleições extremamente acirradas em 5 de novembro.
Eleição histórica
Cerca de 77
milhões de americanos já votaram antecipadamente, mas Kamala e Trump estão
empenhados em mobilizar milhões de apoiadores adicionais para o dia da votação.
Qualquer que seja o resultado no Dia da Eleição, será um resultado histórico.
Uma vitória
de Trump o tornaria o primeiro presidente eleito a ter sido indiciado e
condenado criminalmente, após seu julgamento por fraude em Nova York. Ele
ganharia o poder de encerrar outras investigações federais pendentes contra
ele. Trump também se tornaria o segundo presidente da história a conquistar
mandatos não consecutivos na Casa Branca, após Grover Cleveland, no final do
século XIX.
Kamala
Harris disputa para se tornar a primeira mulher, primeira mulher negra e
primeira pessoa de ascendência sul-asiática a chegar à presidência, quatro anos
após romper as mesmas barreiras no governo nacional ao se tornar
vice-presidente.
Kamala
ascendeu ao topo da chapa democrata após o desempenho desastroso de Biden em um
debate em junho, que culminou em sua saída da corrida eleitoral. Mas esse foi
apenas um dos vários eventos tumultuados que abalaram a campanha deste ano.
Trump
sobreviveu por milímetros a uma bala de um suposto assassino em um comício em
Butler, Pensilvânia. Seu serviço secreto frustrou uma segunda tentativa em
setembro, quando um atirador armou um rifle enquanto Trump jogava golfe em um
de seus campos na Flórida.
Aos 60 anos,
Kamala minimizou o caráter histórico de sua candidatura, que se concretizou
apenas depois que o presidente de 81 anos encerrou sua candidatura à reeleição
após o debate de junho contra Trump, de 78 anos, intensificar questionamentos
sobre a idade de Biden.
Em vez
disso, Kamala se apresentou como uma mudança geracional, enfatizando seu apoio
aos direitos ao aborto após a decisão da Suprema Corte de 2022 que encerrou o
direito constitucional ao serviço de aborto, e regularmente lembrou o papel do
ex-presidente no ataque de 6 de janeiro ao Capitólio dos EUA. Montando uma
coalizão que vai de progressistas como a deputada Alexandria Ocasio-Cortez, de
Nova York, ao ex-vice-presidente republicano Dick Cheney, Harris chamou Trump
de ameaça à democracia e, no final da campanha, até abraçou a crítica de que
Trump pode ser descrito com precisão como um “fascista”.
A eleição
provavelmente será decidida em sete estados. Trump venceu Pensilvânia, Michigan
e Wisconsin em 2016, mas viu esses estados virarem para Biden em 2020. Carolina
do Norte, Geórgia, Arizona e Nevada completam o mapa de batalha eleitoral.
Trump venceu
na Carolina do Norte duas vezes e perdeu em Nevada duas vezes. Ele venceu no
Arizona e na Geórgia em 2016, mas os viu passar para os democratas em 2020.
A equipe da democrata projetou confiança nos últimos dias, apontando para uma grande diferença de gênero nos dados de votação antecipada e pesquisas mostrando que os eleitores indecisos de última hora têm preferido Kamala. Eles também acreditam na força de sua infraestrutura de campanha. Neste final de semana, a campanha de Kamala Harris contava com mais de 90.000 voluntários ajudando a mobilizar eleitores — e bateu em mais de 3 milhões de portas nos estados decisivos. Ainda assim, assessores de Harris insistem que ela continua sendo a azarã.
A equipe de Trump também demonstrou confiança, argumentando que o apelo populista do ex-presidente atrairá eleitores mais jovens e da classe trabalhadora, de diversas origens raciais e étnicas. A ideia é que Trump pode formar uma coalizão republicana atípica, mesmo enquanto outros blocos tradicionais do Partido Republicano — notadamente eleitores com ensino superior — se tornam mais democratas.