Arrecadação federal em outubro fecha com maior resultado em 30 anos
Arrecadação federal em outubro fecha com maior resultado em 30 anos
Arrecadação foi de 247,92 bilhões.
Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil
A
arrecadação federal total cresceu 9,77% em outubro na comparação com o mesmo
mês do ano passado, informou nesta quinta-feira (21) a Receita Federal. No mês,
a arrecadação foi de R$ 247,92 bilhões, enquanto em outubro do ano passado
somou R$ 225,9 bilhões, descontada a inflação medida pelo Índice de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA). É o maior resultado já registrado para meses de
outubro desde o início da série histórica, em 1995, ou seja, em 30 anos.
No período
acumulado de janeiro a outubro, a arrecadação alcançou R$ 2,217 trilhões,
representando um acréscimo de 9,69%, descontado o IPCA. Em relação às Receitas
Administradas pela Receita Federal, o valor arrecadado, no mês de outubro, foi
de R$ 225,23 bilhões, representando um acréscimo real de 9,93%. No período
acumulado de janeiro a outubro, a arrecadação alcançou R$ 2,1 trilhões,
registrando acréscimo real de 9,70%.
De acordo
com a Receita, o resultado da arrecadação pode ser explicado, principalmente,
“pelo comportamento das variáveis macroeconômicas, pelo retorno da
tributação do PIS/Cofins sobre combustíveis, pela tributação dos fundos
exclusivos e pela atualização de bens e direitos no exterior”.
Sem considerar os pagamentos atípicos, haveria um crescimento real de 7,40% na arrecadação do período acumulado e de 8,87% na arrecadação do mês de outubro.
Em relação
ao PIS/Pasep e a Cofins houve uma arrecadação conjunta de R$ 47,19 bilhões,
representando crescimento real de 20,25%.
Segundo o
órgão, esse desempenho é explicado pela combinação dos aumentos reais de 3,89%
no volume de vendas e de 4,02% no volume de serviços de setembro de 2023 a
setembro deste ano, segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio do Instituto
Brasileiro de Geografia a Estatística (IBGE), e pelo acréscimo da
arrecadação relativa ao setor de combustíveis, pelo aumento no volume de
importações e pelo desempenho positivo das atividades financeiras.
No período
de janeiro a outubro, o PIS/Pasep e a Cofins apresentaram um crescimento real
de 19,39%, totalizando uma arrecadação de R$ 444,7 bilhões. Esse resultado
decorre, principalmente, do aumento real de 3,95% no volume de vendas e de 2,5%
no volume de serviços entre dezembro de 2023 e setembro deste ano, em
relação ao período compreendido entre dezembro de 2022 e setembro de 2023.
Também
influenciou no resultado, o aumento no volume de importações e de
alterações na legislação, com destaque para a retomada da tributação
sobre os combustíveis, cuja base se encontrava desonerada no ano anterior, e
para a exclusão do ICMS da base de cálculo dos créditos dessas
contribuições.
Os dados
mostram que o Imposto sobre Importação e o Imposto sobre Produtos
Industrializados Vinculado à Importação apresentaram uma arrecadação
conjunta de R$ 11,12 bilhões, representando crescimento real de 58,12%.
O aumento
expressivo é resultado dos aumentos reais de 22,21% no valor em dólar sobre o
volume das importações, de 11,04% na taxa média de câmbio, de 30,35% na
alíquota média efetiva do Imposto sobre Importação e de 8,23% na alíquota
média efetiva do IPI-Vinculado.
De janeiro a
outubro, a arrecadação conjunta dos tributos foi de R$ 87,5 bilhões,
representando crescimento real de 28,97%. Esse resultado também decorreu dos
aumentos reais de 9,40% no valor em dólar sobre o volume das importações, de
5,41% na taxa média de câmbio, de 20,06% na alíquota média efetiva do
Imposto sobre Importação e de 8,84% na alíquota média efetiva do
IPI-Vinculado.
Já no que
diz respeito à Receita Previdenciária, outubro apresentou uma arrecadação de
R$ 54.2 bilhões, o que representa um crescimento real de 6,25%.
“Esse resultado se deve ao crescimento real de 6,86% da massa salarial, de 9,79% na arrecadação do Simples Nacional Previdenciário e de 10,86% no montante das compensações tributárias com débitos de receita previdenciária, no comparativo de outubro deste ano em relação ao mesmo mês do ano anterior”, disse a Receita.
No período
de janeiro a outubro, a Receita Previdenciária totalizou uma arrecadação de
R$ 539.6 bilhões, com crescimento real de 5,77%. O resultado se deve ao
crescimento real de 7,20% da massa salarial e de 12,77% no montante das
compensações tributárias com débitos de receita previdenciária, no
período de janeiro a outubro de 2024, em relação ao mesmo período do ano
anterior.
A
arrecadação do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF) apresentou, no
período de janeiro a outubro, um aumento real de 16,85%, em função da
atualização de bens e direitos no exterior, que somou R$ 7,7 bilhões. No
período, a Receita arrecadou R$ 62,16 bilhões.
Em outubro,
a Receita informou que a arrecadação do IRPF foi de R$ 4,9 bilhões,
crescimento de 6,71%, resultante, principalmente, do aumento real de 6,93% na
arrecadação relativa às quotas-declaração e de 17,46% na arrecadação
proveniente do carnê-leão.
O Imposto
sobre a Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre Lucro
Líquido (CSLL) apresentaram, em outubro, um crescimento de 4,29%, somando uma
arrecadação conjunta de R$ 57,349 bilhões.
O desempenho
pode ser explicado pelos acréscimos reais de 9,15% na arrecadação do
balanço trimestral, de 8,8% no lucro presumido e de 22,06% na arrecadação do
item Lançamento de ofício, depósitos e acréscimos legais.
No período
de janeiro a outubro, a arrecadação do IRPJ foi de R$ 284,3 bilhões e da CSLL
foi de R$ 151,5 bilhões, o que representa aumentos de 0,49% e de 3,42%,
respectivamente.