Análise: Palmeiras nunca esteve tão próximo do tri brasileiro; “cabeça fria” aparece na hora certa

Análise: Palmeiras nunca esteve tão próximo do tri brasileiro; "cabeça fria" aparece na hora certa

Verdão tem força mental para vencer o Atlético-GO e chegar à liderança, e precisará disso mais do que nunca na "final antecipada" contra o Botafogo para ficar a um passo do troféu.


Por Eduardo Rodrigues — São Paulo

O Palmeiras nunca esteve tão próximo de ser tricampeão brasileiro. A vitória por 1 a 0 sobre o Atlético-GO e o empate do Botafogo com o Vitória, no último sábado, fizeram o Verdão assumir a liderança na 35ª rodada e ficar com tudo nas suas mãos para levantar mais um troféu.

Dentro de campo, a equipe comandada por Abel Ferreira passou longe de ser brilhante, assim como já tinha sido na partida passada contra o Bahia. Mas, a partir de agora, o Palmeiras joga com o que tem de melhor: a parte mental.

Assim como em outras conquistas, o Verdão chega nessa reta final de temporada com um foco definido, e os jogadores não se deixam abalar com a possibilidade de fazer algo grandioso novamente na história do clube.

Contra o Atlético-GO, isso foi nítido. Após abrir o placar com Raphael Veiga aos 19 minutos do primeiro tempo, o Palmeiras jogou com o regulamento embaixo do braço. Com a “final” diante do Botafogo já na próxima terça-feira, o time cadenciou o confronto e teve que ter sangue frio para aguentar a pressão do time goiano.

Apesar da lanterna da competição, o Atlético-GO não se intimidou dentro de casa e se lançou ao ataque. O Verdão, por sua vez, se defendeu como pôde – e Abel foi tirando os principais jogadores de campo para descansá-los.

Uma tática bem arriscada, mas que parecia estar sob controle dentro do mantra “cabeça fria e coração quente”. O Palmeiras parecia não se preocupar em receber a pressão do último colocado e fazia seu jogo esperando a partida acabar.

– Acho interessante de falar que ninguém toca do lado mental. Os jogadores sentem a pressão de ganhar, é preciso saber lidar com estes momentos. Quando casaram pela primeira vez estavam todos à vontade? Como ir com um amigo a um restaurante? É diferente. Estamos três anos ou quatro na disputa, sabemos o que é – afirmou Abel após a vitória.

– Acham que os jogadores são máquinas, mas eles têm emoções, eles têm o adversário. Nem o City consegue manter a regularidade de desempenho o ano todo. Quando o desempenho não está, os três pontos devem aparecer. É a resiliência que faz as equipes melhores do que as outras – acrescentou.

Essa serenidade terá que aparecer mais do que nunca na próxima terça-feira, às 21h30, quando o time entrar em campo para enfrentar o Botafogo, no Allianz Parque.

A “final antecipada” pode colocar o Palmeiras com uma mão na taça. Está em jogo também a chance de esse grupo ser o primeiro da história do clube a conquistar três títulos consecutivos do Brasileirão.

Por muitas vezes este Palmeiras de Abel Ferreira já mostrou que é capaz em momentos assim, e terça-feira pode reservar o capítulo mais decisivo de um 2024 que parecia terminar melancólico e pode acabar com mais uma glória.

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