Mulher vítima de ataque de abelhas durante coleta de frutas é encontrada morta em mata após passar três dias desaparecida

As equipes de buscas encontraram na tarde desta quarta-feira (27) o corpo de Raquel Violeta Fernandes, de 73 anos, em uma mata na zona rural, em Taciba (SP). Ela era moradora de Regente Feijó (SP) e estava desaparecida desde a tarde da segunda-feira (25), após ter sido vítima de um ataque de enxame de abelhas, enquanto coletava frutas com outras duas amigas na área florestal.

Segundo o Corpo de Bombeiros, as buscas pela vítima foram dificultadas pelas características da área, composta por vegetação fechada.

Os trabalhos mobilizaram efetivos do Corpo de Bombeiros, do Helicóptero Águia da Polícia Militar, do Canil do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), da Polícia Ambiental e da Defesa Civil, além de funcionários das prefeituras de Taciba e Regente Feijó. Um equipamento de drone foi utilizado para ajudar no rastreamento aéreo da mata.

De acordo com o coordenador municipal de Proteção e Defesa Civil de Presidente Prudente (SP), Renato Gouvea, a mulher foi encontrada a 100 metros do local em que a fatalidade ocorreu.

“Pela localização que a equipe nos passou, possivelmente, a idosa foi encontrada perto do local em que ela e as outras mulheres foram picadas [por abelhas], cerca de 100 metros”, explicou.

“Sabemos que a idosa foi encontrada sem vida, as equipes estão no meio da mata e estamos aguardando o médico para confirmar o óbito. Fomos informados via rádio no posto de comando”, finalizou.

Segundo o tenente do Corpo de Bombeiros, Tiago Cardoso Poli, a causa da morte ainda deve ser confirmada pelo Instituto Médico Legal (IML), porém, aparentemente, foi devido ao ataque das abelhas.

“Como o local era de difícil acesso, a gente conseguiu trazer o corpo para o posto de comando, para ser encaminhado ao IML e conseguirmos definir exatamente qual foi a causa da morte. Aparentemente, foi devido ao ataque das abelhas, havia sinais disso, mas somente a constatação do IML para comprovar”, afirmou o oficial.

“Nós tivemos apoio de vários órgãos dentro da instituição nas buscas, tanto o grupamento aéreo, policiamento de área e ambiental, Defesa Civil, os próprios municípios de Taciba e Regente Feijó, todos se voluntariaram para apoiar, seja com recurso, com pessoas, mobilizamos bastante gente em prol dessa ação”, finalizou o tenente.

Depoimentos das vítimas

“A gente estava andando e achamos uma árvore bem grande caída no chão. A Raquel falou assim: ‘Vou subir em cima para ver o claridão, onde é a saída direito’. Ela subiu e, no que ela subiu, caiu, puxou o cipó e tinha um enxame de abelha. Atacou a gente, cada uma correu para um lado e dispersamos uma da outra. A Raquel respondeu duas vezes e não respondeu mais. E nós não iríamos voltar na abelha para sermos atacadas de novo. Então, o que nós fizemos? Tentamos sair do campo para procurar socorro. Nisso, nesse tempo, demorou duas horas para a gente chegar aqui, onde estava o carro”, detalhou a dona de casa Edna Maria Bott, de 61 anos, que integrava o grupo de amigas no local.

“É desesperador, mas se Deus quiser, eu tenho fé em Deus, que vão encontrar ela. Que Deus mostre o lugar que ela esteja”, complementou.

“Tivemos o ataque de abelhas, cada uma foi para um lado e ficamos perdidas. Eu e ela [Edna] fomos até que nos encontrando, e a outra, respondeu duas vezes e não respondeu mais”, contou a aposentada Maria Josefina Alves, de 78 anos, outra amiga que estava no local durante o desaparecimento de Raquel.

Entenda o caso

Três mulheres, de idades entre 61 e 78 anos, se perderam em uma mata, na segunda-feira, após serem atacadas por um enxame de abelhas europa em uma propriedade rural.

Duas das mulheres envolvidas na fatalidade, sendo Edna Maria Bott, de 61 anos, e Maria Josefina Alves, de 78 anos, foram encontradas conscientes e foram socorridas pela ambulância municipal.

Entretanto, a terceira vítima, Raquel Violeta Fernandes, de 73 anos, ficou desaparecida por três dias.

A TV Fronteira conversou com as duas mulheres que foram resgatadas, que informaram que elas eram amigas e foram colher frutas na área rural, uma tradição que possuíam há mais de dez anos, entretanto, foram surpreendidas pelo ataque das abelhas.

Por ser uma mata fechada e de difícil acesso, as buscas foram dificultadas ao longo dos dias no espaço.