Câmara aprova castração química para pedófilos condenados de forma definitiva
Câmara aprova castração química para pedófilos condenados de forma definitiva
Procedimento de castração é realizado com medicamentos inibidores de libido a fim de privar o paciente de impulsos sexuais. Texto segue para análise do Senado.
Por Kevin Lima, Marcela Cunha, g1 — Brasília
A Câmara dos
Deputados aprovou nesta quinta-feira (12) uma proposta que determina a
castração química de pessoas condenadas por crimes sexuais contra menores de
idade.
O texto foi
aprovado depois de uma mobilização de oposicionistas, que incluíram a punição
em um projeto que tratava somente da criação de um cadastro nacional de
pedófilos.
A proposta,
que foi incluída na pauta da Câmara em uma semana dedicada à análise de pautas
da segurança pública, seguirá para votação no Senado.
Castração
química é discutida no Congresso Nacional
🔎O procedimento de castração é
realizado com medicamentos inibidores de libido a fim de privar o paciente de
impulsos sexuais.
Segundo o
projeto, a castração química será uma punição aplicada de forma conjunta às
penas de reclusão ou detenção para uma série de crimes de cunho sexual contra
crianças e adolescentes.
A medida
valerá para criminosos condenados após o trânsito em julgado – quando não há
mais possibilidade de recurso — em crimes como:
gravar,
vender, comprar, divulgar, simular cena de sexo com menores
aliciamento
de menores
estupro de
vulnerável
prostituição
infantil
🔎De acordo com o texto, a castração
química aplicada aos condenados definitivos será realizada por meio de
medicamentos, seguindo um futuro regramento editado pelo Ministério da Saúde.
Liderança
do governo orientou voto contra
Originalmente,
o projeto analisado pelos deputados tratava somente da criação de um cadastro
virtual com nomes e fotos de condenados por crimes sexuais contra menores.
A castração
química não constava do texto e foi alvo de um pedido de inclusão apresentado
pelo deputado Ricardo Salles (Novo-SP).
Em um
primeiro momento, a incorporação deste trecho foi rejeitada pela relatora,
deputada Delegada Katarina (PSD-SE). Ao justificar a decisão, em um parecer,
ela afirmou que a medida era “eficaz”, mas, por acordo de líderes,
não poderia ser acatada.
Logo após a
aprovação do texto principal do projeto, o PL pediu que o trecho fosse
analisado de forma separada. Foram 267 votos favoráveis à castração química,
ante 85 contrários.
Os maiores
blocos partidários da Casa liberaram seus membros a votar conforme sua
convicção.
A liderança
do governo na Câmara orientou voto contra a medida, em contraponto à oposição,
que instruiu o grupo a votar favoravelmente à castração.
Senado
também aprovou projeto sobre o tema
Em maio
deste ano, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado também aprovou
projeto semelhante. O texto foi enviado à Câmara, mas até hoje não avançou na
Comissão de Saúde da Casa.
A proposta
aprovada pelos senadores não limita a castração aos condenados por crimes
sexuais contra crianças e adolescentes. Pelo texto, o tratamento químico
hormonal poderá ser oferecido como alternativa para criminosos reincidentes em
crimes contra a liberdade sexual.
A castração também não seria obrigatória, segundo o projeto. Seria opcional e possibilitaria mudança no regime de cumprimento da pena.