Suprema Corte da França mantém condenação de Sarkozy por corrupção; ex-presidente terá de usar tornozeleira eletrônica
Suprema Corte da França mantém condenação de Sarkozy por corrupção; ex-presidente terá de usar tornozeleira eletrônica
Nicolas Sarkozy, conservador que governou França entre 2007 e 2012, foi condenado em 2021 por corrupção e tráfico de influência. Decisão desta quarta (18) abrandou a pena.
Por g1
A Suprema
Corte da França manteve a condenação do ex-presidente Nicolas Sarkozy por
corrupção e tráfico de influência, e Sarkozy terá que usar tornozeleira
eletrônica por um ano, segundo decisão publicada nesta quarta-feira (18).
Sarkozy foi
condenado em 2021 a três anos de prisão, mas conseguiu um abrandamento da pena
em recurso feito à Suprema Corte. Dois anos de prisão foram retirados da
sentença, e no restante do tempo de pena o ex-presidente usará a tornozeleira
em vez de ir à prisão.
A sentença
também determinou que o ex-presidente francês também perdeu os direitos
políticos durante três anos.
O tribunal
concluiu que o ex-presidente francês conspirou para garantir um cargo em Mônaco
para um juiz em troca de informações privilegiadas sobre uma investigação sobre
o próprio Sarkozy, em que ele teria aceitado pagamentos ilegais da herdeira da
L’Oréal, Liliane Bettencourt. (Leia mais abaixo)
Esgotadas as
instâncias na França, o advogado de Sarkozy, Patrick Spinosi, afirmou nesta
quarta que vai levar o caso à Corte Europeia dos Direitos Humanos. Spinosi
disse também que o ex-presidente cumprirá decisão sobre tornozeleira
eletrônica.
Sarkozy
deverá enfrentar julgamento no próximo ano por acusações de corrupção e
financiamento ilegal relacionados ao suposto financiamento líbio de sua
bem-sucedida campanha presidencial de 2007. Sarkozy nega todas as acusações. Se
for condenado no caso da Líbia, Sarkozy poderá enfrentar até 10 anos de prisão.
O antecessor
de Sarkozy, Jacques Chirac, também conservador, é o único outro presidente da
história moderna da França a ser condenado por um tribunal. Chirac foi
considerado culpado de corrupção em 2011, quatro anos após deixar o cargo.
A
acusação
O caso teve
início em 2014, quando os telefones do já ex-presidente estavam sob escuta da
Justiça para outra investigação, sobre o suposto financiamento líbio de sua
campanha eleitoral em 2007.
Os
investigadores descobriram então a existência de uma terceira linha telefônica
sob o pseudônimo “Paul Bismuth”, que ele usava sem medo de ser
grampeado para conversar com o advogado e amigo Thierry Herzog.
A acusação
afirma que os dois organizaram um acordo de corrupção com Gilbert Azibert,
procurador do Tribunal de Cassação, que teria oferecido sua ajuda em um caso em
troca de um cargo de prestígio em Mônaco.
Sarkozy
queria que o tribunal anulasse a apreensão de seus diários presidenciais,
determinada no âmbito da investigação sobre o abuso cometido pela herdeira do
grupo L’Oréal, Liliane Bettencourt.
Herzog e
Azibert também foram condenados a três anos de prisão, um deles obrigatório,
por terem estabelecido um “pacto de corrupção” com Sarkozy em 2014.
Herzog não poderá trabalhar como advogado por três anos.
Sarkozy é
alvo de outros processos. O Ministério Público pediu o julgamento do
ex-presidente e de outras 12 pessoas por suspeitas de que sua vitoriosa
campanha eleitoral em 2007 foi parcialmente financiada pelo então regime líbio
de Muammar Khaddafi.