Governo Trump vai reabrir centro de detenção para famílias de imigrantes no Texas, diz jornal
Governo Trump vai reabrir centro de detenção para famílias de imigrantes no Texas, diz jornal
Instalações na cidade de Dilley podem acomodar até 2.400 pessoas, segundo o 'Washington Post'. Local havia sido fechado pela administração Biden em 2021.
Por Redação g1
Quatro anos
após ser fechado por Biden, um dos maiores centros de detenção de imigrantes,
com cerca de 2.400 vagas, deve ser reaberto pelo governo de Donald Trump no sul
do Texas, perto da fronteira com o México.
Segundo o
jornal americano “The Washington Post”, a CoreCivic, empresa que
opera o local na cidade de Dilley, assinou um contrato com o Serviço de
Imigração e Controle de Alfândegas (ICE, na sigla em inglês) para alocar
famílias de imigrantes detidas tentando cruzar a fronteira ilegalmente.
“É do nosso entendimento que esse local vai abrigar famílias novamente. É um centro residencial familiar”, disse o porta-voz da CoreCivic, Steve Owen, ao “Washington Post”. O ICE não respondeu a questões da imprensa sobre o assunto.
De acordo
com o jornal, o centro de detenção de Dilley funcionou entre 2014 e 2021,
quando a administração de Joe Biden mandou encerrar as operações no local. O
contrato entre a CoreCivic e o ICE tinha duração até 2024, mas as instalações
permaneceram vazias nos últimos anos de vigência do mesmo.
Em seu
primeiro mandato como presidente, Donald Trump instaurou uma política de
“tolerância zero” com a imigração ilegal. Famílias encontradas
cruzando a fronteira ilegalmente eram detidas e, a princípio, separadas: a
administração considerava que os estrangeiros se colocavam em situação ilegal
ao cruzar a fronteira e, por isso, não defendiam a manutenção da unidade
familiar.
Em junho de
2018, Trump assinou uma ordem executiva para suspender as separações forçadas
de familiares. Naquele mês, estimava-se que ao menos 2.300 crianças, incluindo
49 brasileiras, haviam sido separadas de seus pais nos centros de detenções.
Guantánamo
Trump fez
campanha para a Casa Branca prometendo deportar milhões de imigrantes ilegais
na maior operação de deportação da história dos EUA. Dados iniciais mostram que
37 mil foram deportados nos primeiros 30 dias de seu segundo mandato, número
menor do que a média de 57 mil deportações por mês da gestão Biden em 2024.
Além das
deportações, o Republicano também ordenou a preparação de novos centros de
detenção para imigrantes, incluindo a Base Naval de Guantánamo, mantida pelos
EUA em Cuba e famoso centro de detenção e tortura da Guerra ao Terror.
“Temos
30 mil leitos em Guantánamo para deter os piores criminosos ilegais que ameaçam
o povo americano”, disse Trump, em 29 de janeiro. Os primeiros
prisioneiros chegaram no dia 5 do mês seguinte.