Anvisa aprova venda de Paxlovid para tratar Covid-19
Anvisa aprova venda de Paxlovid para tratar Covid-19
Medicamento é de uso adulto, com venda sob prescrição médica
Publicado em 21/11/2022 - 15:26 Por Karine Melo - Repórter da Agência Brasil – Brasília
A venda do
Paxlovid (nirmatrelvir + ritonavir), utilizado no tratamento da Covid-19, para
farmácias e hospitais particulares do país foi aprovada, hoje (21), em
Brasília, por unanimidade, pela diretoria colegiada da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária ( Anvisa).
A decisão
“levou em consideração a venda do medicamento ao mercado privado em outros
países com autoridades internacionais de referência, como Estados Unidos e
Canadá”, informou a Anvisa, em nota. O texto acrescenta que “a medida
também considerou o cenário epidemiológico atual, com a circulação das novas
subvariantes da Ômicron e o aumento de casos da doença no país”.
A agência autoriza o fornecimento do medicamento para o mercado privado, com a rotulagem e bula em português de Portugal e em espanhol. A agência também aprovou a ampliação da validade do medicamento de 12 meses para 18 meses.
A venda em
farmácias deve ser feita sob prescrição médica, com dispensa e orientação pelo
farmacêutico ao paciente sobre o uso correto do medicamento. A autorização da
Anvisa prevê ainda que o fabricante deve manter e priorizar o abastecimento para
o programa do Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo a
diretora relatora, Meiruze Freitas, a venda no mercado privado irá aumentar a
facilidade de acesso ao tratamento da Covid-19, visto que o remédio deve ser
tomado dentro de cinco dias após o início dos sintomas da doença.
“O
diagnóstico precoce e o tratamento ambulatorial, quando necessários, são
importantes para evitar a progressão da doença para casos graves”, afirmou a
diretora. Ela reiterou que o tratamento não substitui a vacinação, que
“continua sendo a melhor estratégia para evitar a Covid-19, as hospitalizações
e os óbitos”, acrescentou Meiruze.
Sobre o
remédio
O Paxlovid,
usado no tratamento da Covid-19, teve seu uso emergencial aprovado no Brasil em
30 de março deste ano. Composto por comprimidos de nirmatrelvir e ritonavir
embalados e administrados juntos, o medicamento é indicado para o tratamento da
doença em adultos que não requerem oxigênio suplementar e que apresentam risco
aumentado de progressão para Covid-19 grave. O medicamento é de uso adulto, com
venda sob prescrição médica.
Como usar
O Paxlovid é
composto por comprimidos de nirmatrelvir e ritonavir embalados juntos, que
também devem ser administrados juntos. A posologia recomendada é de 300 mg de
nirmatrelvir (dois comprimidos de 150 mg) com 100 mg de ritonavir (um
comprimido de 100 mg), todos tomados juntos por via oral, duas vezes ao dia,
durante cinco dias. O medicamento deve ser administrado, assim que possível,
após o resultado positivo do teste diagnóstico para o Sars-CoV-2 e avaliação
médica, e no prazo de cinco dias após o início dos sintomas.
Orientação
O
medicamento deve ser dispensado exclusivamente pelo farmacêutico, que deve
informar ao usuário que o remédio é de uso individual e exclusivo ao paciente
que passou por avaliação médica e que recebeu a prescrição.
Portanto, o Paxlovid
não deve ser usado por pessoas sem a devida avaliação médica. Cumpre ao
farmacêutico também proceder as demais orientações quanto à posologia, ao modo
de uso e interações, ou seja, informações quanto ao uso correto do medicamento.
Restrições
Segundo a
Anvisa, o Paxlovid não está autorizado para tratamento de pacientes
que requerem hospitalização devido a manifestações graves ou críticas da
Covid-19. Também não está autorizado para profilaxia pré ou pós-exposição para
prevenção da infecção pelo novo coronavírus. O remédio não está autorizado
para uso por mais de cinco dias.
Além disso,
como não há dados do uso do Paxlovid em mulheres grávidas, recomenda-se que
seja evitada a gravidez durante o tratamento com o medicamento e, como medida
preventiva, até sete dias após o término do tratamento. O Paxlovid não é
recomendado para pacientes com insuficiência renal grave ou com falha renal,
uma vez que a dose para essa população ainda não foi estabelecida.
Edição:
Kleber Sampaio