De volta a Brasília, Lula faz reuniões sobre PEC da Transição e formação do futuro governo

De volta a Brasília, Lula faz reuniões sobre PEC da Transição e formação do futuro governo

Governo eleito quer aprovar PEC para pagar Auxílio Brasil de R$ 600; texto foi incluído na pauta de votações do Senado desta semana. Agenda também prevê encontro com conselheiro de Biden.

Por Guilherme Mazui, g1 — Brasília 05/12/2022 07h43  Atualizado há 46 minutos

De volta a Brasília, o presidente eleito Lula (PT) fará uma série de reuniões nesta segunda-feira (5) e ao longo dos próximos dias para discutir a proposta conhecida como PEC da Transição e a formação do futuro governo.

O governo eleito aposta na aprovação da PEC para garantir o pagamento de R$ 600 mensais do Auxílio Brasil (que voltará a se chamar Bolsa Família). Entre outros pontos, a proposta autoriza o governo a gastar no ano que vem R$ 198 bilhões fora do teto, valor considerado alto pelos analistas do mercado pois eleva a dívida pública e gera incertezas sobre as contas públicas.

A PEC foi incluída na pauta de votações do Senado desta semana. A expectativa é que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se reúna ainda nesta segunda com parlamentares para discutir a análise da proposta.

“Bom dia. Começamos mais uma semana de reuniões em Brasília. Temos o compromisso de fazer o país voltar a crescer e para isso vamos conversar com todos. Bora trabalhar e boa semana para todos”, publicou Lula em uma rede social.

Há também a expectativa de que Lula dedique parte das reuniões à discussão sobre a formação do novo governo.

O colunista do g1 Valdo Cruz informou que alguns nomes já começam a ser cotados para alguns ministérios, entre os quais Fernando Haddad para o Ministério da Fazenda; Rui Costa para a Casa Civil; Marina Silva para o Meio Ambiente; e José Múcio Monteiro para o Ministério da Defesa.

Lula, porém, já declarou que só anuncia os nomes dos futuros ministros após a cerimônia de diplomação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), marcada para o próximo dia 12.

Pela manhã, Haddad esteve no hotel de Lula. Questionado se iria se reunir com o presidente eleito, Haddad disse que sim. Indagado, então, se o tema da reunião seriam assuntos econômicos, respondeu: “Estou tratando disso com ele.”

 

Conselheiro de Biden

De acordo com o governo dos Estados Unidos, o conselheiro de segurança do presidente Joe Biden, Jake Sullivan, se encontrará nesta segunda-feira com Lula. Há a expectativa que o senador Jaques Wagner (PT-BA) também participe.

Além disso, Sullivan também terá uma reunião com o secretário de Assuntos Estratégicos do governo Jair Bolsonaro, Flávio Rocha.

Em nota, o governo americano informou que o conselheiro de Biden discutirá a relação entre os países e formas de trabalho conjunto em áreas como segurança alimentar, inclusão, migrações, democracia e combate à mudança climática.

A nota também relatou que os encontros sucedem a ligação que Biden fez a Lula após a vitória na eleição, na qual o líder americano se comprometeu a manter canais de comunicação abertos durante a transição de governo.

 

PEC da Transição

Lula e equipe se dedicarão à tentativa de aprovar ainda nesta semana, no Senado, a PEC da Transição.

A proposta precisa ser analisada pela Comissão de Constituição e pelo plenário da Casa para poder ser analisada pelos deputados federais. O texto já está na pauta de votações.

Lula afirmou na sexta-feira (2) esperar que o Congresso aprove a proposta conforme o texto apresentado pelo governo eleito, mas acrescentou que aceita negociar com os parlamentares.

Entre outros pontos, a PEC prevê que as despesas com o Auxílio Brasil (que voltará a se chamar Bolsa Família) ficarão fora do teto de gastos. O governo eleito argumenta que a medida é necessária para garantir, por exemplo, o pagamento de R$ 600 mensais uma vez que a proposta de Orçamento do governo Jair Bolsonaro prevê R$ 405.

A PEC prevê que o governo poderá estourar o teto de gastos em R$ 198 bilhões no ano que vem, mas economistas alertam que o montante proposto eleva a dívida pública e gera incertezas sobre o futuro da economia e das contas públicas.

Paralelamente à proposta do governo, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) apresentou uma proposta que eleva o teto de gastos em R$ 80 bilhões no ano que vem. Tasso argumenta que o valor garante os R$ 600 do Auxílio Brasil e permite a recomposição do Orçamento da União.

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